A Valsa das Desilusões ou Uma nova teoria do amor romântico

Existem diferenças gritantes entre homens e mulheres, porém nenhuma destas frases; soltas e adquiridas por meio de experiências repetidas e frustradas de amor, de amizade, até de consolação própria; nenhuma delas me fará desistir de mim mesma e menos ainda do amor. Porque eu fui amor desde os primeiros livros, e as letras tão antigas não me deixam negar que eu sou deveras amor. Tanto amor.

Tanto amor de mim, da vida, das árvores e das ruas, dos homens ideais, daqueles para quem eu entreguei meu pensamento sem retribuir o nobre sentimento e também dos ainda próximos que levaram embora pensamento e esvaziaram coração. Oco, novo começo virá.

Há amor de hora marcada, pele queimada de paixão nas chuvas de novembro, que já estava de mim longe quando caíram as águas de março, fechando o verão. São passageiros, mas eternamente inesquecíveis e relutantes, para os quais não existe desistência nem hora certa de nascer e morrer.

Sabe? Quando a gente se entrega é que dói mais. Nós, mulheres, passamos tanto tempo presas dentro dos nossos casulos particulares com medo de perder a paz. Os homens temem a paz. Na falta dela, entretanto, se desesperam e voltam ao pó da terra de que saíram.

Eu sou uma eterna sonhadora, na maioria das vezes, desentendida e abandonada. Os meus sonhos parecem enigmáticos demais para que eu seja compreendida. Não sei, uma das minhas maiores dúvidas, se eu estou errada em sonhar e procurar sempre consertar o meu mundo ou se os errados são os próximos que se enganam pensando que a paz de espírito compra a consciência do coração.

Afirmo com toda certeza, sou deveras capaz de me reconstruir, estou em pleno processo de entendimento.

Sou alguém que possui quase tudo para ser feliz:

Nossa força,

Nossa luz,

Nossos sonhos,

Nossa paz...

Ainda que tudo seja passageiro e a vida tombe comigo novamente. Medos nunca mais.

Não me falta o ingrediente essencial para a receita da felicidade, o amor. Amo a vida, amo a Deus, em cada passo, em cada canto, a névoa se dissipa.

Confiando em mim mesma e agora sabendo o que de fato é amar, a minha certeza maior é a de que um dia eu poderei escrever:

Sou alguém que possui tudo para ser feliz:

Nossa força,

Nossa luz,

Nossos sonhos,

Nossa paz,

Todo o amor

O maior amor do mundo, que não abandona nunca, enquanto for amor. Os demais terão passado e serão chamados por mim, entre risos, de pseudo-amor.

Géssica Ranieri
Enviado por Géssica Ranieri em 27/01/2008
Reeditado em 16/07/2008
Código do texto: T835035
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