C A R N A V A L

Evaldo da Veiga

Não tem cara de domingo, muito menos de carnaval.

É um domingo sem cara, um carnaval sem identidade.

É o carnaval sem baralho e o domingo 

que se apresenta assim,

somente assim, sem cara...

Uma chuva indefinida que vai e que volta, 

dúvida de existir ou não. 

Uma manhã linda com chuva.
 
Terna manhã da chuva que se foi, da chuva que volta...

Na vida novas esperanças, progressos em si mesmo.

Bobagem esperar o melhor vindo lá de fora, 

enquanto não houver avanço em mim mesmo.

Uma nova canção que não posso cantar...

No silêncio vejo os teus olhos, 

sinto a ternura das tuas mãos...

Um dia virá em que eu saiba sentir e ver, de verdade.

Saiba valorizar minha manhã e um vulto no carnaval...

Identificar e resgatar o meu amor.

evaldodaveiga@yahoo.com.br