IMPOTÊNCIA
É tudo escuro
É tudo muito escuro. E eu vejo.
É tão confuso, é nauseante.
E eu pestanejo
Ora é silêncio
Ora são vozes e gritos protestantes.
O que eu ouço e o que não ouço
São muitas vezes paralisantes
Quando há luz
Se vê mais nítida a desgraça
Na escuridão
Só mentiras e trapaças.
O que se faz:
Discutem, debatem, explanam
Mas nada de concreto
Apenas sonham
O que eu faço:
Choro, lamento, zombo
E por força maior me calo
E me envergonho.
Ah! Mas olhem lá
Já vem a aurora
Deus não se esqueceu de nós
Enxugue as lágrimas
Não chora!