jejum de sol
cilindrados com sóis turvos, nós ontem de um país sem gravata.
olhai o latim agora inglês, mapa europeu sem pessoas
e nós petit noms do lazer, fait divers de montra
há de facto jejum de sol na cantiga proponente
e sem a palavra por quem tantos padeceram,
poetas do abismo, na rua doidos de belo, anunciado em ti.
olha, portugal, há mais pessoas desta luz una que nos despe
sabes, portugal, eu também sou espanhol, árabe, judeu,
grego a ler, romano em festa, toda a eterna história do sonho,
as cerejas no fim.
quero simplesmente chamar os meus
noutro país que te lembres.
são marcos (2003)