DE  AMOR  E  LIBERDADE



espaço ... refaço... traço...
...e nunca a forma final,
a última pincelada;
assim é Ele, promessa
e esquecimento...
Palavra dura,
mão que acaricia,
barroco este anjo,
indefinição...
devasso e santo,
ingênuo e malicioso...
... AMBÍGUO ?
... ou consciente fragilidade...

E não há nada que
mais encante as mulheres
do que o homem gaudério,
que não pisa os mesmos
caminhos por muito tempo
pra nao deixar suas marcas,
que se esconde nas perguntas,
cujas respostas terminam
sempre em dúvida ainda maior.
Se te conta algum segredo,
por certo, não vem por inteiro,
porque "tudo... ninguém diz "...

espaço...
passo...
refaço...
... e nunca a forma
que possa ser tocada
por mais de uns instantes...
Mas se juntarmos todas as peças
de um homem "quebra-cabeças"
veremos a imagem aparentemente
perfeita, inteira, real,
mas construída de tantos pedaços
só justapostos e a custo:
qualquer brisa mansa viajadeira,
qualquer sopro de voz,
qualquer vertigem,
e borra-se a face daquele
que luta contra uma definição,
pois sabe que estar pronto,
visível, inteiro e atado,
é estar morto em vida,
de tal sorte ele se furta,
este "homem-viajante".

Não há nada que encante
tanto as mulheres
do que um homem gaudério,
Capitão Rodrigo Cambará,
Garibaldi...
O "homem-mito", aquele que
vence batalhas, que nunca
tem medo...
 um cavalheiro com sua dama
ainda vive nas fantasias femininas...

[ Pois só é realmente desejado e eterno
aquele que vive em liberdade... ou totalmente
inacessível...]


     Certa vez li uma história mais ou menos assim: um homem e uma mulher se apaixonaram, mas continuaram a viver em suas casas entre as quais passava um rio largo. E ela exigiu que ele só a fosse ver quando sentisse muita saudade. De vez em quando ela o via passar com seu barco ao longe, sentia muito sua falta, mas nunca romperam o trato.

 ***    Só se consegue manter um amor, quando o deixamos em total liberdade... Isso é impossível? Pode ser, mas temos visto que as cadeias só fazem separar mais e mais ... ***
tania orsi vargas
Enviado por tania orsi vargas em 25/03/2008
Reeditado em 11/04/2008
Código do texto: T916315
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