Desilusão

Oh, pobre e iludido mortal !

Iludistes com tua fé anos a fio !

Quanto tempo passado em vão... !

Não sabeis agora o que sentes mais;

A perda de tuas esperanças

ou a ausência do teu fiador.

Sentistes atraiçoado, constrangido,

uma quimera do fracasso.

Do crédulo? amarga decepção!

Estabelecestes, confiante, laços com um deus vazio.

Atrevestes, quem sabe, a julgar tuas necessidades com olhos de Deus?

E como pobre mortal enganastes!

Fostes, talvez, presunçoso, precipitado, mesmo que inconscientemente.

Mas tentastes! Bem sabes,

Conduzir - te digna e corretamente,

Honesta e honradamente, com sensibilidade e pureza.

Procurastes e optastes pela retidão como meio aquisitivo de justiça.

O que encontrastes?

Glória aos inescrupulosos!

Desventura aos justos, aos retos!

. . . Que a carga do mundo te caia aos ombros!

. . . Agora, perdestes, com o passar do tempo,

a possibilidade de seres daninho, mau, ou querido

como os abençoados, como os vitoriosos!

Vai , oh, iludido! Objeto de deboche!

Cumpre tua sina, oh, crente do nada!

Vai, oh, gauche!

Nota do autor: Estes versos são dedicados a um conhecido e competente causídico que, talvez, por desilusão, sucumbiu ao alcoolismo.

Di Amaral
Enviado por Di Amaral em 28/03/2008
Reeditado em 05/02/2009
Código do texto: T921238
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