Achei que era louca, depois conheci Caio Fernando Abreu.

Eu queria saber que caminho errado eu peguei na minha vida pra ficar como eu fiquei.

Fecho os olhos pra me ver por dentro e mais uma vez só enxergo o fundo do poço, o negro.

O cheiro do cigarro me sufoca, e esse mundo podre de águas espessas todo cheira cigarro, esse cheiro que impreguina.

Minhas olheiras denotam todo o sucesso que meu fracasso quer esconder.

Eu estou muito, muito cansada. O peso nos ombros me dói as costas e ando torta.

Quero uma folga, mas tenho medo de que ela me afaste dessa suja realidade, e só em deixar mais fraca ainda pra suportar a volta.

E eu me pergunto - por que eu? -

Às vezes eu queria ser só mais uma daquelas que compram coca-cola, beijam mil bocas e assistem MTV.

Às vezes eu queria não ser aquela que não fecha os olhos ou comprime o rosto ao virar o copo.

---------------------------------------------------------

Depois de escrever isso, conheci Caio Fernando Abreu, que diz:

"Tenho me confundido na tentativa de te decifrar, todos os dias. Mas confusa, perdida, sozinha, minha única certeza é que de cada vez aumenta ainda mais minha necessidade de ti. Torna-se desesperada, urgente. Eu já não sei o que faço. Não sinto nenhuma outra alegria além de ti.

Como pude cair assim nesse fundo poço? Quando foi que me desequilibrei?"

Thabata Guerra
Enviado por Thabata Guerra em 04/04/2008
Código do texto: T931110
Copyright © 2008. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.