Amor em motor
Garimpo a cada dia buscando pepitas de ouro, pedras ou algo que me faça mais feliz.
Um dia num desses garimpos, entre barro e areia, deparei-me com alguém, passando então a aprendiz.
Dias que nem sequer sonhei viver.
Amor que jamais pensei ter.
Poesias que tanto esperei por escrever e ler.
Nosso tesouro, de tão raro e caro, de tão amado e apreciado, se torna cobiçado.
Por vezes, enganos e desespero nos mostra palavras duras em errôneos enredos.
Por vezes, uma lágrima que se deixa cair, seja um tipo de lubrificante para algum motor.
Talvez o motor do carro mais antigo que de tanto usado e vencido, esquente com sua dor.
Nem sempre sabemos o que fazer, como agir, para fazer com que funcione sentindo o tamanho de nosso amor.
Ficamos realmente numa cilada, onde não entendemos o rumo tomado pela jornada.
Sabemos do sentimento vivido.
Da existência desse ser querido.
A água nem sempre podemos enxergar onde esteja.
Mas fazemos um carinho que seja, e esse motor, cansado de tanto ser mal usado, se faz cansado.
O temor passa a ser por quanto tempo agüentará desse jeito ser amado.
Mais uma vez está o coração.
No lugar em que sempre vence a cretina e fria razão.
O que responder?
O amor tudo sabe.
Amar a todo ser humano cabe.
E o motor se faz retificado, entretanto, nem de todo curado.
Pois a cura vem com o tempo, o tempo do amante extasiado.