O sol e a sombra

Se quizer me entender, não olhe nos meus olhos. Poderá se perder com tantas miragens. Pois sou dona de um mundo de horrores, Palco de dramas infindáveis, Dona de uma rosa cheias de espinhos; Mas além de tudo, uma mulher cheia de mágoas. Com um olhar desdenhoso para o mundo, Com um desejo gigantesco para a o fim das horas. Com um anceio para a realização da profecia, Onde o mundo termina em chamas. Mas o meu sorriso é virtuoso, Dono de um filme de amor. Precioso e zeloso pelas horas em que se encontra, Com o mágico sentido de um sorriso de uma criança, Que ainda nem sabe o que é sorrir. O meu coração tem um grande mar, cheio de sonhos, Que procura desaguar em oceano silencioso, Perdido em territórios da fé. Em um país chamado -Esperança. Mas os mapas se desintegraram, Foram queimados por um senhor chamado destino, Com um fogo aceso por um cotidiano, Que silenciou os céus e transportaram os dias, Para um subterrâneo onde minutos não tem luz, e o corpo não sente o calor do sol. Se quizer me entender, esqueça-se dos olhos. Sinta-me.