A sátira do poeta.

Se puderes fazer algo pra ajudar alguém que amas, jogue seus direitos no lixo e cumpra seus deveres.

Coragem para tanto?

Não terás nunca.

És fraco.

Iludido por histórias de 2000 anos atrás.

Vivendo de passado.

Sejas tu a liberdade que ficou grávida

E que deu a luz ao novo.

Decida-se entre o bem e o mal.

Qual escolherás, Insanidade?

A ardência de uma paixão ou o temor da morte, seguindo

o curso natural da vida igualitária do único cristão?

Dúvida digna de um asno.

Mas, não te preocupes, o Opositor sempre será uma solução...

Prometerá mulheres e cerveja e te dará uma vassoura e um carro de mão.

Para não ficares infeliz, O Demo, fará uma última boa-ação.

Puxará da cueca um documento e te dirá:

- Eis um passe. És livre da escravidão!

- Então, o que farei por aqui?

- Bem, para isto terei que chamar meu amigo...

Negão!

- Putz! O que este cara faz?

- Bem, pegou pena de morte.

Estuprador... Puta vacilão.

- Ele vai me estuprar?

- Mas, claro. Esta é minha única diversão...

Depois de horas e mais horas de sofrimento, és livre.

Pára pra pensar...

Fragmentos de duas metades opostas.

O bem e o mal.

Serás acolhido no Mundo da Plenitude?

(Pausa)

Inquietude.

Acabo de implantar uma semente numa terra, antes, inadubável.

Colherei os ramos, os frutos deixarei pro plebeu insaciável.

(R.E.M. despertado)

Uma máquina acaba de ser criada.

Uma nova criatura, em meu controle, inanimada.

Instalo-me em seu cerebelo.

Manuseio seus passos.

Mostro o caminho para a torre sádica.

Ele não me obedece.

Paro. Solto-o. Reflito.

Eureca!

A panacéia social está descoberta.

Após a tormenta, um homem descobre que ama a si próprio.

O amor verdadeiro.

E neste bonde de revoluções venho eu de passageiro...

Clamor da razão e da emoção.

Aquela que inspirou presidentes e suicidas.

Esperas que revele o meu nome?

Calma, só mais um pouco de enrolação...

Sou o espiritual segredo, a imagem e semelhança,

A enfermidade de poetas e loucos.

Eis que sou:

A imaginação.