Saudades da minha pequenina Shana!

Sei no que pensarão quando lêrem esse título, não, não foi uma gatinha amistosa que se foi!!! Sahaninha foi minha companheirinha de toda a vida.

Quando eu usava rabos de cavalos e pregadeiras extremamente coloridas, e posso afirmar, exalava de meus cabelos um forte cheiro de Alfazema de Garrão. Conheci um ser muito singular, eu namorei essa pequenina criatura durante quinze longos dias, em que estivera engaiolada em uma loginha de animais. Todos os dia quando saia do colégio ficava pelo menos meia hora brincando e fazendo carinhos na pequena.

Logo, todos os seus companheirinhos de confinamento se foram e ela, no entanto, ficou...o que seria dado apenas como um desconforto natural, por que dentre os seus irmãos era a única pretinha. Foi na verdade um elemneto de sorte para a pequenina. Minha mãe em um dia ensolarado de março, foi quase que obrigada por mim e por minha irmã mais nova, levamos enfim para casa a mais nova componente da família.

Era uma Cocker Speniel inglesa, pretinha, com apenas uma mancha branca no peito e tinha de mais encantador grandes olhos castanhos...quase cor de mel, um olharzinho brejeiro e carinhoso, e um jeitinho muito singular...o nome que foi dado a ela por mim foi Shana, minha mãe detestou no princípio, porém, não tinha outra solução à não ser se conformar.

Shaninha logo ganhou vários outros apelidos, pretinha, negritude junior, negoninha, gimbinha...como era engraçada! A descaradinha tinha coragem de puxar toda a minha coberta e se enrolar...e eu? Passava frio durante toda a noite, minha mãe queria mandá-la embora durante todas as vezes que brigava comigo,obviamente para me castigar, mas nunca teve coragem!

O tempo foi passando...e minha querida pretinha acompanhou toda a minha vida, quando ficava muito triste eu sentava na escada e chorava...contando à ela todas as minhas aflições, ela é claro, como boa amiga e dedicada sempre ouvia com toda a atenção...me lambia, me olhava com uma ternura que contando ninguém acreditaria!

Me tornei adolescente, entrei para o segundo grau, namorei, chorei, terminei, voltei...namorei,entrei para a universidade, me converti, chorei, mudei toda a minha vida, tranquei a universidade, sofri, vovô morreu, vovó mudou, minha mãe também, minha irmã de pernas finas e aparência franzina se tornou em um avião,linda Carol,voltei pra universidade, tive sonhos, decepções...mas Shana nunca mudou...mesmo com cabelinhos brancos no topete, olhos esbranquiçados pela cegueira...o AMOR era o mesmo entre nós duas, o COMPANHEIRISMO, mesmo na minha ausência, nunca houve o dia em que voltei e ela não estivesse à minha espera, solicita!

Ela se foi, tão docemente como chegou, dormiu e nunca mais acordou...digna e linda, será sempre saudosa a companheira imcoparável de toda a minha vida...minha pequena Sahana!