SUSPENSO E ETERNO
O que acena e vem do horizonte?
Vem a luz aos olhos.
Mas vem de dentro o dia que se faz,
os instantâneos de alegria,
os atalhos ou as longas estradas
que chegarão.
No meu tear de palavras,
teço tanto flores como sombras.
As de dentro de mim mesma.
Porque fui eu quem plantou
meu jardim interior.
Do horizonte vem a luz
e vem o vento.
O perfume é alheio aos ventos.
Move-se, é tocado, pequeno universo
sentenciado a conquistar.
E se desdobra, simplesmente...
E eu desejo ser vencida
pelos ventos perfumados
do meu próprio jardim, sempre.
Como uma casa antiga,
se engalanando de raros aromas
para silenciar ao anoitecer.