SUSPENSO E ETERNO

O que acena e vem do horizonte?

Vem a luz aos olhos.

Mas vem de dentro o dia que se faz,

os instantâneos de alegria,

os atalhos ou as longas estradas

que chegarão.

No meu tear de palavras,

teço tanto flores como sombras.

As de dentro de mim mesma.

Porque fui eu quem plantou

meu jardim interior.

Do horizonte vem a luz

e vem o vento.

O perfume é alheio aos ventos.

Move-se, é tocado, pequeno universo

sentenciado a conquistar.

E se desdobra, simplesmente...

E eu desejo ser vencida

pelos ventos perfumados

do meu próprio jardim, sempre.

Como uma casa antiga,

se engalanando de raros aromas

para silenciar ao anoitecer.

Clara Leticia(LC)
Enviado por Clara Leticia(LC) em 14/05/2008
Reeditado em 14/05/2008
Código do texto: T989213
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