Foi quando morri...

Foi quando morri, que descobri o quanto não vivi;

Foi quando morri, que meu coração voltou a bater com mais intensidade;

Foi quando morri, que tudo o que todas as minhas verdades tornaram-se mentiras;

Foi quando morri, que descobri que tudo o que eu dizia ser mentira, era a verdade que eu não queria acreditar;

Foi quando morri, que comecei a enxergar quem era real, quem era quem, e quem não era nada;

Foi quando morri, que me encontrei, e me encontrando decidi não me perder mais;

Foi quando morri, que descobri que ninguém é responsável pela minha vida tanto como eu mesmo;

Foi quando morri, que morrendo minha pior morte, percebi que morrer não é tão ruim assim;

Foi quando morri, que meus sentimentos ressuscitaram, e ressuscitaram porque só morreu o que não era sentimento;

Foi quando morri, que precisei me rastejar nas lembranças dos erros cometidos, e dos acertos não vividos;

Foi quando morri, que consegui enxergar o que valeu apena nos amores do passado;

Foi quando morri, que percebi que preciso amar mais, mesmo sendo odiado pelos meus próprios;

E é morrendo a cada dia que aprendo com meus tombos, aprendo com os amores que faz tempo que não vivo, que talvez não viverei, mas que vive dentro de mim;

É morrendo um pouco a cada dia, que aprendo como não devo ser, para não ser igual a qualquer um que ainda sendo diferente do que vivo são iguais para os olhos alheios;

É morrendo para as maldades viciosas, que vivo para as atitudes de valor, e com atitudes de valor me descubro como homem de verdade, em um mundo cheio de homens com meias verdades;

É morrendo todas as noites que tenho vivido desde que me mataram por dentro, sem pena do que restaria, restou o melhor de mim.

Vil Becker
Enviado por Vil Becker em 16/11/2015
Reeditado em 04/11/2016
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