PÓS-MODERNISMO E INDÚSTRIA CULTURAL

O Pós-modernismo surgiu em contraposição ao modernismo, e foi marcado pela emergência da cultura de massa como a principal forma de produção cultural a se impor à sociedade, havendo assim uma notável mudança em seu aspecto cultural. Se antes no modernismo, havia uma tentativa de desligamento de todas as normas existentes nas artes, e reflexão do seu tempo e de sua forma totalmente inovadora, progressista, em relação aos padrões, havia também um processo de rupturas internas promovido por uma vanguarda que se encarregava de interromper o sentido de continuidade histórica, até que surge a estética pós-moderna apresentando diferenças fundamentais em relação a tudo que veio antes, incluindo todas as estéticas modernistas. Os próprios critérios-chave da estética moderna, do novo, da ruptura e da vanguarda são desconsiderados pelo Pós-moderno. Já não é mais preciso inovar nem ser original, e a repetição de formas passadas não é apenas tolerada, como também encorajada.

Segundo Jameson : “Enquanto a arte moderna insurgia contra os valores burgueses com o intuito de subverter a ordem social, a arte pós-moderna insurge contra a arte moderna como uma tentativa de reiterar os valores capitalistas de consumo, rompendo com a antiga distinção entre cultura erudita e cultura popular ou de massa. Nesse sentido, os grandes artistas da modernidade insurgiam contra a cultura de massa em prol de uma cultura erudita e os artistas pós-modernos rompem com a distinção entre cultura de massa e cultura erudita, inserindo qualquer forma de arte na lógica do capital e do consumo até mesmo aquelas canonizadas pelo conteúdo subversivo na modernidade...” (JAMESON: 1985: 26).

A modernidade passa a ser então criticada em seus pilares fundamentais, como a crença na verdade, pressuposto alcançável pela razão e a linearidade histórica rumo ao progresso. Para substituir estes dogmas, são propostos novos valores, menos fechados e categorizantes. Uma vez adotados, eles serviriam de base para o período que se tenta anunciar no pensamento, na ciência e na tecnologia, de superação da modernidade, e nesse momento nasce a Pós-modernidade.

Em diversos ramos culturais é possível notar a difusão da cultura Pós-Moderna, e nos meios de comunicação de massas não é diferente, logo, torna-se possível, ao analisar-se diversos produtos comunicacionais, encontrarmos características Pós-Modernas.

No cinema, por exemplo, fica explícito na alternância de cenas e cores mostrando imagens de violência e cenas de desenho animado, como nos vídeo clipes, que são exemplos típicos da estética Pós-moderna. Outro elemento pós é a heterotropia, que é a personificação de valores. Esses mitos criados pela mídia mantêm uma tensão entre o real e o fictício, e da mesma forma são produzidos para serem digeridos e esquecidos, apenas uma questão de efemeridade inserida na lógica do consumo. É interessante observar, que enquanto na modernidade há uma abolição de qualquer pensamento irracional, na pós-modernidade há uma liberdade de expressão que muita vezes se torna irracional.

E Enquanto que na modernidade, prevalecia o culto ao progresso, ao conhecimento e a razão, no pós-modernismo, como já foi dito anteriormente, há uma ruptura total, não existe mais a segregação entre a chamada cultura erudita e a cultura de massa, o que há na pós-modernidade é um conjunto de valores que caminham para a produção cultural subseqüente. Nestes valores estão incluídos a multiplicidade, a fragmentação, a desreferencialização e a entropia, que aceita todos os estilos estéticos e inclui todas as culturas como mercados consumidores. Na sociedade pós-industrial há um privilégio de serviços e informações sobre a produção material, a comunicação e a indústria cultural, que ganham papéis fundamentais na difusão de valores e idéias do novo sistema. A intenção das obras quase sempre é causar um distanciamento espaço-temporal do espectador, e até de seus princípios, a partir do momento em que transformamos em comédia uma situação banal, ou mesmo de forma indireta compactuamos com ela, consumindo e dando audiência a quem as produz. Mas afinal, o que seria de nós sem os meios de comunicação, e sem os “levantadores de cancela” da nossa sociedade?

Soane Guerreiro
Enviado por Soane Guerreiro em 14/06/2008
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