Amanda
- Hei!Tragam o caixão para cá! Não pra lá, pra cá! Aí! Aí ta legal.
- Como foi mesmo que ela morreu?
- Se matou.
Eu fiz melhor para fazer todos felizes, não consegui. Agora, deitada em meu caixão, ouvindo as homenagens e os comentários que me fazem, percebo que talvez eu não tenha feito o necessário.
Comecemos com uma breve apresentação. Chamo-me Amanda Rivers, e aos 16 anos, plena adolescência, morri.
Meu enterro foi em uma tarde chuvosa, no alvorecer da Primavera. Presentes, vi muitos dos meus amigos, meus familiares, e meu namorado. Dos amigos que lá estavam não tenho reclamações; mas, senti falta de uma pessoa a quem jurei amizade eterna e verdadeira.
Confesso que, durante esses longos 16 anos que vivi, sofri, ri, chorei, sonhei, pensei em vinganças, me vinguei, menti, amei, cresci, aprendi. Não nego que errei, e não me arrependo dos meus erros.
Desde os 14 anos corto meus pulsos com pontas de alfinete, gilete e afins. Mas, sempre foi apenas uma mania, e nada tem a ver ela e minha morte. Na verdade, eu não morri como pensam, aliás, quem garante que eu morri?