VENDEDORES DE ILUSÃO.

Estes escritos se alinham a todos os jovens na escola ou excluídos dela, massacrados pelo “discurso sofista” de empregabilidade e competitividade: sinônimo de farsa. “Chega de improviso e palpite!” O termo empregabilidade surgiu na última década e pode ser definido como a qualidade que possui a pessoa que está adequada com as exigências do mercado de trabalho. Em outras palavras, quanto mais suas habilidades se aproximarem do perfil profissional exigido pelos novos tempos, maiores serão as chances no mercado de trabalho; ou seja, maior será sua empregabilidade. Esta expressão foi criado por José augusto Minarelli, no final dos anos 90. Remete à capacidade de um profissional estar empregado, mas muito mais do que isso, à capacidade do profissional de ter a sua carreira protegida dos riscos inerentes ao mercado de trabalho.

Mas afinal o que tem por trás dessa retórica envolvente sobre empregabilidade? Porque ela não pode vir acompanhada de uma análise minunciosa sobre o funcionamento da lógica inerente do capitalismo? Quanto estão ganhando os "sofistas modernos" para insistierem na focalização para a resolução dos problemas estruturais inerentes do capital? Vira e mexe o velho palavreado de efeito ideológico volta a ecoar: “o clientelismo político e social tem atrasado o desenvolvimento do Brasil. Precisamos introduzir o DNA da competência da gestão pública”. É assombroso perceber que em pleno século XXI, alguns sujeitos se postulam como seres iluminados e com suas receitas mágicas acreditam que podem resolver todas as calamidades proporcionadas pelo desenvolvimento concêntrico de um determinado “modo de produção”. Pergunto: será mesmo que existe este mago capaz de controlar o abobinável e voraz “dragão capitalista”, insaciável em seu apetite por expansão dominação? Se alguém acreditar que este ser existe, então, poderá acreditar no que quiser.

Ao falarmos da competitividade ou livre concorrência, é preciso que saibamos que este é um dos princípios da economia liberal e teve como principais defensores Adam Smith e David Ricardo. Hoje, esta representa um dos fortes entraves para as econômias de países em “emergência” que lutam para emanciparem-se. Para se ter uma idéia o governo dos EUA fornece cerca de 47 bilhões de dólares por ano a seus agricultores na forma de subsídios diretos. Estes subsídios, de modo geral, servem para compensar a diferença entre os custos da produção agrícola nos EUA, geralmente elevados, e os preços do mercado mundial, geralmente mais baixos que os primeiros. O mesmo acontece na União Européia, onde, as altas tarifas de importação servem para impedir que produtos estrangeiros mais baratos concorram com os produtos locais, geralmente com preços correntes mais elevados que os preços do mercado mundial.

Desta forma, por exemplo, com uma política protecionista agressiva, os europeus e americanos, conseguem ser os maiores exportadores mundiais de açúcar, apesar de sua produção custar o dobro da produção de países como Brasil, Tailândia e Moçambique. Quem dera o “mestre dos magos” pudesse existir e os problemas envolvessem apenas o surgimento “de lideranças com o domínio de conceitos básicos de contabilidade, custos, capital de giro, investimentos, formação de estoques, retorno sobre capital, planejamento e orçamento, dentre outros aspectos”, para enfim solucionarmos os problemas que afetam os países pobres ou, se preferir, em vias de desenvolvimento.

Portanto, é preciso que se afirme que a luta para defender os interesses dos trabalhadores, urbanos e rurais, somente pode ser dirigida organizando a classe trabalhadora de todos os países. O trabalhador é o produtor de todas as riquezas e é excluído de sua fruição. Que a crise do século XXI vigente nos ajude a reiterar pungentemente pelo fim da economia de mercado, pelo fim das fronteiras nacionais, por uma economia planejada para todos e em escala mundial. Só assim, a vida será plenificada e difusa a todo gênero humano. Trabalhadores do mundo inteiro: UNI-VOS!

SolguaraSol
Enviado por SolguaraSol em 16/02/2009
Reeditado em 25/02/2009
Código do texto: T1442984