como fazer uma aliança com objetivo de governar

A Justiça começa a ouvir testemunhas do ex-deputado José Dirceu sobre o mensalão. O ex-ministro e ex-presidente da Câmara, Aldo Rebello, deputado federal pelo PC do B de São Paulo já declarou que nunca ouviu falar de mensalão, no período em que desempenhou os seus cargos na política, antes que o ex-deputado Roberto Jefferson, para se defender de uma notícia sobre corrupção nos Correios, denunciou a existência do suposto mensalão. Disse ele que alguns deputados de partidos da base de sustentação do governo, apenas votavam conforme o interesse do governo mediante o recebimento de quantias de dinheiro, o que ele apelidou de mensalão. Ele também declarou ter recebido por ordem do partido do governo (PT), vultosa quantia destinada ao pagamento de despesas de antigas campanhas políticas destinadas a políticos de seu partido (PTB), não ficando claro se esse dinheiro estava ou não incluído dentro do que ele chamou de mensalão.

Logo instalaram-se algumas CPI’s no Congresso para investigar, e depois de meses de liderançaa na audiência elas se encerraram sem dar à população a certeza sobre os fatos.

Apareceram, sim, os detalhes de esquemas de levantamento de recursos ilícitos, oriundos de empresas e dirigidos a políticos e a partidos políticos, destinados, principalmente, ao financiamento de campanhas políticas. Esses recursos que poderiam chegar ,tranquilamente, à casa de 500 bilhões por ano era gasto na farra eleitoral, que no Brasil ocorre a cada dois anos. E tome de showmício, pois sem o show ninguém iria a esses comícios enfadonhos, visto que desde que a política foi “desideologizada”, ninguém mais vai a comício por convicção política. Mas sim para assistir à dupla de cantores. Assim, as eleições se tornaram uma espécie de carnaval bienal, com desfile de escola de samba e tudo. E isso custa dinheiro.

O que é óbvio é que se as empresas brasileiras que trabalham legalmente nesse país dispõem, em seu conjunto, de mais de 500 milhões de reais por ano para alimentar o caixa dois dessas campanhas é porque elas sonegam muito mais do que isso, e que esses 500 milhões, seriam uma espécie de “capilé” que elas dariam para os políticos para que eles facilitassem os seus projetos, e que não os incomodassem quanto à cobrança de impostos.

Ou seja, a sonegação de impostos combatida, coibida, punida, é a forma mais segura de impedir esse veio rico de corrupção que atrapalha a política brasileira.

O outro aspecto interessante da questão do mensalão é a consideração do que seria uma “aliança política entre partidos” eticamente aceitável no regime democrático brasileiro?

É aceitável consolidar uma aliança com a promessa de cargos ou empregos no governo?

É lícito a facilitação de contratos com empresas amigas?

É ético liberar verbas de municípios amigos e prender a dos inimigos?

Distribuir benesses, mesmo em períodos não próximos às eleições, constitui compra de voto?

Muitas outras perguntas podem ser colocadas, e elas dirigem-se a todos, independentemente de partidos político. Pois não há partido político que não pratique algum ou todos desses pecados.

E a grade pergunta: como fazer uma aliança entre partidos com objetivo de governar, seja o país, seja o estado ou município de forma ética, que não provoque a ira dos pobres mortais, eleitores compulsórios que se sentem enganados?