A Incoerência do Preconceito

Desde a ascensão econômica dos países polares no século XV, os aspectos físicos desses se tornaram padrões para as sociedades, menosprezando outras etnias existentes. Esses estereótipos difundidos pelo capitalismo e disseminados pela mídia influenciam até hoje na existência da discriminação racial originada e expandida no período do colonialismo.

O expansionismo marítimo gerou a necessidade de uma mão-de-obra qualificada e barata para utilizar nas colônias recém-conquistadas pelos europeus. Devido a crença de uma superioridade da raça caucasiana, a etnia negra foi escolhida por sua força e suposta inferioridade cultural. O Brasil-Colônia não se distinguiu dos outros países colonizados, pois os afrodescendentes chegaram ao país como escravos.

O início da escravidão no Brasil trouxe consigo a discriminação racial a qual se prolongou durante os séculos. Mesmo após a abolição da escravatura o preconceito continua enraizado em grande parte da população. É inegável a influência da mídia na formação cultural, assim a utilização da raça negra na interpretação de classes consideradas inferiores – empregadas, caseiros, balconistas – contribui na alienação dos brasileiros em relação a suposta inferioridade racial. Além disso, a má formação do povo agregada a falta de informação contribui para o fortalecimento do preconceito. Se a população possuísse conhecimento sobre sua origem compreenderia a igualdade entre os homens, como mostram as pesquisas realizadas na Universidade Harvard. Segundo essas, os primeiros seres humanos originaram-se na África, portanto continham pele escura e, devido a época, eram povos nômades os quais se dissiparam pela Euro-Ásia. Estimativas corroboram que, em virtude dos atributos geofísicos dessa área, demorou aproximadamente trezentos milhares de anos para que os fenótipos da etnia negra fossem alterados, originando a heterogenia.

Em conseqüência disso, pondera-se a exclusão social de grande parcela da população. Devido ao racismo arraigado nos brasileiros o índice de desemprego dessa etnia aumenta, gerando miséria e segregação desta raça, incentivando-os ao uso de violência para sobreviver. A marginalização dessa contribui para o crescimento do preconceito, pois fortalece a crença de que todo negro é um indivíduo fora-da-lei, quando, na verdade, a prática inconsciente da teoria darwinista por essa etnia apenas retrata o desespero de um povo excluso da sociedade a qual ajudou a conceber séculos atrás.

Pode-se observar a profundidade das conseqüências atuais de um preconceito originado a séculos atrás em países demasiadamente distantes do Brasil. Para alterar essa lastimável realidade, deve-se investir na reeducação familiar e escolar dos brasileiros para que esses percebam a incoerência da discriminação de uma raça, sendo essa sua própria ancestral.