Confusões Mágicas

Em um belo dia (chuvoso, com raios e ventando), eu, a pior bruxa do mundo, Elena, estava jogando pôquer com minhas amigas, valendo um dragão domesticável. Minha irmã, Débora, que já não mais morava comigo, estava jogando também. Ela é a mais sortuda e ganha todos os jogos. Desta vez, não foi diferente. Minha “querida maninha” (notou o sarcasmo?) ganhou o tal dragão, para fazer companhia aos seus outros bichinhos ganhos com nossos jogos: um coelho que late, um gato aquático, um unicórnio cujo chifre brilha no escuro e um peixe dourado, que não faz nada anormal além de voar. Estou começando a achar que minha irmã usa mágica para trapacear nos jogos, o que é proibido.

Enfim, eu estava voltando Mara minha humilde casa, um castelo gigantesco construído com tijolos de ouro e portas e janelas feitas de diamante. Quando abri a porta, vi o caos! Alguém havia invadido minha casa. Mas como? Eu tinha trancado minhas portas com todos os feitiços que conheço! Fui passando por minha sala, em meio aos meus preciosos livros de magia atirados pelo chão, alguns com páginas arrancadas, minha mobília que estava com pedaços faltando, até que cheguei a porta que leva ao jardim, e ela estava aberta. Oh, não! Preocupei-me tanto em trancar a porta da frente que me esqueci da dos fundos. Fui até o jardim, onde, onde estava meu gato, o Malvadus, que tinha conjurado ainda ontem.

Fui para meu quarto, ver o que mais haviam aprontado. Cheguei lá e vi minha cama toda desarrumada e... OH, NÃO! Haviam roubado meu mais precioso livro, minha vassoura e minha varinha! Isso não podia estar acontecendo! Tinha que me acalmar um pouco e fui tomar um banho, pensando em uma solução.

Decidi arrumar minha casa (o que exigiria apenas algumas balançadas de varinha, se eu estivesse com ela) e depois procurar o ladrão. Mas antes, fui arrumar a casinha do Malvadus, pois eram oito horas, e se ele não dormisse agora, ficaria extremamente zangado. Então, eu fui lá, e tive uma enorme surpresa! Lá estavam minha varinha e meu livro, o que revelava que meu próprio gato era o ladrão. Mas, e a vassoura? Olhei para o lado e descobri a resposta. Estava atrás de uma moita, coberta de necessidades felinas. Eu tive um trabalhão para arrumar tudo, e bani o Malvadus como castigo, mas pelo menos, aprendi uma lição: Nunca confie em um gato!