O Bebê Chorão

Certo dia, quando eu estava saindo de casa para dar um passeio no parque, vi uma coisa no capacho de casa. Uma coisa não, um bebê! Alguém havia deixado um bebê dentro de uma cesta, bem na minha porta.

– Meu Deus! – exclamei

Olhei para os dois lados da rua e não vi nada nem ninguém, exceto o cachorro do meu vizinho. Olhei novamente para o bebê e percebi que ele estava à beira das lágrimas. Peguei-o no colo, e ele começou a chorar.

Levei o bebê para dentro de casa, tentando acalmá-lo, mas de nada adiantou. Fui para a cozinha, para buscar uma mamadeira. Mas daí me lembrei: eu não tinha mamadeira em casa, pois não tinha filhos. Então, peguei um copo, enchi de leite e coloquei um canudo. Mostrei para o bebê, na esperança de que ele se acalmasse. Isso também não adiantou nada. A única coisa que consegui foi uma mancha de leite na minha roupa, causada pelo bebê.

– O que ele tem? Não está com fome...

Então, pensei que ele poderia estar com sono, e levei-o para meu quarto, onde fiz uma tentativa inútil de fazê-lo dormir. O que esse bebê tinha?

Levei-o para a casa dos vizinhos, que eram pais, para ver se eles podiam me ajudar. Drica, minha vizinha, pegou o bebê no colo, começou a cantar. Mas nada adiantava, ele chorava insistentemente. Pedi para Drica ficar com o bebê um pouco, que eu já voltava.

Fui à delegacia de Polícia, contar o que acontecera. Eles prometeram fazer o possível para encontrar os pais do bebê, mas isso não o faria parar de chorar.

De volta para casa, peguei o bebê, agradeci a Drica e fui tentar relaxar (o que era impossível, por causa dos berros do bebê), para ver se achava uma solução para aquele caso. Pensei e pensei, mas o mistério, os gritos e o choro do bebê continuavam sem insolucionáveis. Eu estava quase enlouquecendo, quando ouvi uma risada na porta.

– Quem é? – perguntei, num tom apressado – Estou ocupada, fale logo!

– Calma, fique calma! Tenho a solução para seu problema! – ele falou

– Quê?

– Meu nome é Daniel. Sou inventor. Esse bebê aí fui eu que criei.

– Está me dizendo que ele é...? – mas não consegui terminar a frase, tamanho era meu espanto.

– Um robô. – completou ele – Programado para chorar a partir do momento que alguém tocar nele.

– E como se para isso? –perguntei, incrédula.

– Simples! – respondeu – Falando a palavra-chave, que eu mesmo programei. Coloquei um sensor, que...

– Tá, ta! – cortei-o, impaciente – Só quero que desligue essa coisa!

– Quieto! – ele falou, e o bebê calou-se instantaneamente.

– Fácil assim? Bom, então leva esse troço daqui e vê se nunca mais faça algo assim!

E ele foi embora. Eu fiquei parada, pensando. Então, fui novamente à delegacia de polícia, contar o que acontecera. E nunca mais houve nada igual.