GUERRA DOS VIOLINOS - 14 parágrafos

TRECHO DO LIVRO DO AUTOR - HISTÓRIAS DE UM VIOLINO

Nos anais da história, há registros de muitas guerras entre a humanidade, porém dos fabricante de violinos, creio que este livro é o primeiro a citar tal fato. Vou, portanto, narrar fatos sobre:

“A GUERRA DOS VIOLINOS”

Há muitos anos passados havia na pequena cidade de Cremona, na Itália, um fabricante de violinos cujos instrumentos eram conhecidos mundialmente pelo seu formato, timbre e qualidade.

Seu nome, Antônius Stradivárius ficou famoso pela produção de centenas deles, feitos de forma artesanal, porém com esmero, tanto para o som, como para a aparência.

No século dezoito surgiram outros fabricantes, copiando os modelos Stradivárius contando com autorização de seu produtor, como os famosos Hamatis. Contudo Stradivárius mantinha alguns segredos para que seus instrumentos tivessem o som perfeito.

Na época o violino era muito difundido; centenas de músicos aprendiam executá-los. Assim na força do sucesso daqueles instrumentos apareceram muitos artesões no ramo; pelo que foram criados mais três tipos de instrumentos relacionados ao violino; o primeiro foi a viola; muito usada em contraltos, o segundo foi o violoncelo e por fim o rabecão. Um quarteto de corda compreendia os quatro instrumentos.

A guerra dos violinos se generalizou entre os vários artesãos. Cada um queria fabricar o mais perfeito.

Porém Stradivárius se destacou. A tal ponto aperfeiçoava seus violinos que a retirada de uma única farpa no bojo da caixa de som, era razão de melhorar o timbre e a qualidade musical.

O arco também era uma peça importante. Afinal as vibrações sonoras eram formadas a partir da ação dele sobre as cordas.

Quem fabricava um violino produzia também o arco. Para cada instrumento, um tipo. Para o rabecão o arco era menor, contrastando com o tamanho do instrumento.

Naqueles anos surgiu um grande violinista: Paganini, as execuções daquele músico incentivaram tanto os artesãos, a ponto de surgir escolas de artes técnicas para a produção do instrumento. Porém o humilde Antonius Stradivárius continuou, somente com sua prática, produzindo seus modestos mas excelentes instrumentos.

Na época, seus instrumentos, famosos pela qualidade, contudo não sobressaiam como sendo os melhores; somente a partir do século dezenove, foi-se descobrindo a precisão sonora de seus caprichados violinos.

Stradivários passou a partir de então, ser um sinônimo do instrumento. A guerra dos violinos tem reflexos até hoje: princi-palmente quando alguém diz ter um legítimo Stradivárius, logo aparecem os que não acreditam.

Devido a pouca produção, existem com certa raridade, mesmo por que a resistência dos materiais vai se perdendo com o tempo, e trezentos anos é uma boa carga de dias e noites sobre as madeiras destes instrumentos, que de certa forma são fracas, na maioria, feitos de pinho.

A guerra dos violinos pareceu ter fim ao final do século dezenove. O advento da eletrônica transformou o som numa classificação comum; para qualquer instrumento sempre há uma perfeita imitação de timbre e vozes.

Luzirmil ~~~~