DEU NA "REVISTA DA CULTURA"

A “Revista da Cultura” é uma publicação mensal da Livraria Cultura, que mantém uma rede nacional de grandes lojas. Tem distribuição gratuita à clientela.

Trata dos mais variados temas inerentes a todos os campos do conhecimento. Assuntos culturais, educacionais, científicos, artes, em geral, como teatro, cinema, televisão, música, literatura etc.

Para quem desejar acessá-la, é só ver o sítio que há no rodapé da matéria escrita pela jornalista Mariana Congo.

A jornalista selecionou alguns “dicionários temáticos” para apresentar ao público, entre os quais, no final da matéria, ela dá uma pitadinha sobre o nosso DICIONÁRIO DE EXPRESSÕES POPULARES DA LÍNGUA PORTUGUESA (WMF Martins Fontes, SP, 980 pp., 2010).

Boas leituras, ‘on-line’, ou, melhor ainda, no papel. Basta você pegar a edição de abril da revista na livraria mais próxima, e gratuitamente.

Um abraço forte e solidário em todos.

João Gomes da Silveira

Fort., 11/04/2011.

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REVISTA DA CULTURA

Seção “Cultura News”

Edição 45, Abril de 2011

(Omitidas, aqui, as ilustrações de capas)

“O pai dos inteligentes

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Dicionários temáticos estão cada vez mais em voga e trazem à tona leitores ávidos por informações com foco direcionado

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Por MARIANA CONGO

Passou o tempo em que quem consultava um dicionário era um burro recorrendo ao pai. O sucesso de obras temáticas, que vão além dos tradicionais livros dedicados ao vocabulário linguístico, revela que os leitores mudaram e hoje procuram títulos com os quais possam aprender e aprofundar temas específicos. O dicionário é, agora, o pai dos inteligentes.

Em comum, essas publicações têm a forma sistemática de compilar informações para facilitar a consulta, o que seduz o leitor ávido por conhecimento. “Parece que a palavra ‘dicionário’ tem poder de chamar a atenção e de provocar vendas. A pessoa acredita que, com o livro, ela vai aprender”, diz Ieda Maria Alves, professora do curso da Letras da Universidade de São Paulo (USP). Segundo ela, o gênero dicionário obedece, desde o seu nascimento, à função de facilitar a comunicação e tem como marca a apresentação didática dos temas.

O pai dos burros, de Humberto Werneck, é exemplo do sucesso desses títulos. Lançado em 2009, vendeu 3 mil cópias em pouco mais de um mês, foi reimpresso e hoje contabiliza 6 mil exemplares comercializados. O autor compilou frases feitas e lugares-comuns de forma despropositada ao longo de quatro décadas e não acreditava que o título pudesse se tornar referência para quem quer escrever de forma lriativa. “Esperava fazer um livro mais divertido do que qualquer outra coisa, apesar de sentir que aquilo pudesse ter uma utilidade para as pessoas”, conta Werneck. Ele acredita que o livro é também para quem gosta de lugares-comuns, “pequeno detalhe” que pretende incluir na abertura da edição ampliada, prevista para o final de 2011.

Outro título que contabiliza boas vendas é a edição revista e ampliada do Dicionário analógico da língua portuguesa, de Francisco Ferreira dos Santos Azevedo, que vendeu quase 24 mil exemplares desde junho de 2010 e em breve terá edição de bolso e digital. A obra esmiúça o vocabulário por meio de conceitos e associações de palavras. O prefácio do livro, assinado por Chico Buarque, mostra a demanda que existia pelo relançamento da obra: para não ficar sem o título, Chico Buarque colecionava meia dúzia de exemplares comprados em sebos.

Já léxico específico é tema do Dicionário Lula, de Ali Kamel. Foram reunidos 345 verbetes que explicitam a visão de mundo de Lula por meio de palavras e expressões repetidas nos discursos de seus dois mandatos como presidente. O responsável pela pesquisa, Rodrigo Elias, conta o porquê de fazer um dicionário, e não uma obra de citações: “O objetivo era desmitificar certa imagem de Lula que foi divulgada e repetida por determinados setores da sociedade. Assim, foi necessário estabelecer um léxico do presidente e, a partir daí, observar a recorrência e a coerência de temas em variadas situações”. Nessa linha,aprofessora do curso de Letras da USP, Paola Baccin, explica que, “ao construir a definição de uma palavra, deve-se considerar primeiro o público ao qual o livro é destinado”. Um exemplo: a palavra “Brasil”, em um dicionário comum, terá significado diverso do encontrado no Dicionário Lula

Do outro lado, os autores e uma característica comum a quem se dedica aos dicionários: é impossível partir do zero. O Dicionário de expressões populares da língua portuguesa, de João Gomes da Silveira, tem mais de 22 mil verbetes distribuídos em 980 páginas. Ele consultou 64 obras de referência e cerca de 400 outros livros nos quais buscou exemplos de aplicação de expressões verbais populares. Muito mais poeta do que organizado, como se caracteriza, Gomes da Silveira diz que não é autor do dicionário: ‘Tive o trabalho de juntar. Sou um juntador.’ ”

FONTE: http://www.revistadacultura.com.br:8090/revista/rc45/index.asp

Gomes da Silveira
Enviado por Gomes da Silveira em 11/04/2011
Reeditado em 11/04/2011
Código do texto: T2901942
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