A FÉ INABALÁVEL DOS SEM FÉ

A maioria das religiões apesar do inculcamento a que submetem seu fièis, não conseguem mais se consolidar pelo que deveria ser o seu pilar de sustentação principal: a fé. Tal fé, se revela pois, apenas nas palavras proferidas e contraditórias que são, ou se não na falta de qualquer espectativa de vida, o que é um paradoxo.

Uma imensidão de fiéis costumam, diariamente, pregar que precisamos ter fé. Todavia, as doutrinas ensinadas pelas igrejas têm falhado no quesito: "construção da fé" o que possibilitaria um caminhar verdadeiro, apesar dos erros. O "credo" e seus sinônimos, responsáveis pela presença da grande maioria do público nos ritos religiosos, disseminou através da cultura dos povos a necessidade de ir à igreja buscar uma salvação constante sem saber ao menos o porquê de tal costume, uma vez que são treinados a repetirem aqueles atos desde o momento em que ainda não possui discernimento sobre as coisas da vida, e é este um dos principais motivos da pseudo-fé inabalável de muita gente. Pois da mesma forma que a frequência às igrejas se davam numa perspectiva mecanizada - como acontecem até hoje - as explicações para estes exercícios, alguns dominicais, também obedecem a uma lógica mecanicista, sem consistência.

Um exemplo breve da falta de fé, da maioria do povo ocidental é a vida eterna. O presente leitor já deve ter observado que toda a doutrina das maiores religiões do mundo (Cristianismo, Budismo, Islamismo, etc.), não necessariamente nesta ordem, propagam que a nossa conduta enquanto filhos do senhor, objetive a salvação, o que se alcançará através do bom comportamento na terra, das boas ações, da solidariedade, de tudo isso que estamos acostumados a ouvir. Ora, se há mesmo um mundo a qual só conseguiremos adentrar, como eu acredito, através da morte, por que razão temos tanto medo da morte? ou nossa conduta na terra não foi satisfatória ao ponto de conseguirmos esta "passagem" destino ao paraiso, ou não temos fé numa vida após a morte, ou ainda, não queremos abrir mão do que temos aqui (bens, família, amizades, poder) para habitar na casa so senhor. Será possível ter fé e mesmo assim, conduzir-se por trilhas que rumam em sentido oposto à salvação? a fé não implica, obrigatoriamente, seguir o caminho correto? ou será se existe meia fé?

Penso que se, realmente, tivéssemos fé, não ficaríamos tristes quando perdemos alguma pessoa da qual gostamos, mas sim felizes como os monges chineses. Tal alegria faz todo sentido, pois é o fim da penitência, do sofrimento, e a inserção num mundo justo, sem fome, sem violência, sem impunidade, repleto de sentimentos nobres, como o amor, a amizade, a alegria, e a compaixão. Tudo isso, porque a fé guia para o bem. Quem é portador de fé espúria, demagógica, conseguirá apenas colher frutos diferentes daqueles que esperavam receber.

Sendo assim, as igrejas, repito, em sua maior parte, desempenham um papel que tem se tornado inútil à maioria de seus "frenquentadores". Seus dirigentes professam palavras que ecoam sem significância alguma, sem o poder de mudar a consciência das pessoas, sem a capacidade de transformarem os serem humanos em seres reflexivos. As igrejas estão estruturadas com a participação de "infièis", que não atribuem importância alguma ao que realmente salva: A fé.

Adriano Rocha em: 04/12/2006

Adriano Rocha
Enviado por Adriano Rocha em 05/12/2006
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