BELOS TEXTOS ALHEIOS: POESIA & PROSA - VIII

8. O TEMPO

(Laurindo Rabelo, poeta brasileiro)

Deus pede estrita conta de meu tempo,

É forçoso do tempo já dar conta;

Mas, como dar sem tempo tanta conta,

Eu que gastei sem conta tanto tempo?

Para ter minha conta feita a tempo

Dado me foi bem tempo e não foi conta.

Não quis sobrando tempo fazer conta,

Quero hoje fazer conta e falta tempo.

Oh! Vós que tendes tempo sem ter conta,

Não gasteis esse tempo em passatempo:

Cuidai enquanto é tempo em fazer conta.

Mas, oh! se os que contam com seu tempo

Fizessem desse tempo alguma conta,

Não choravam como eu o não ter tempo.

Fort., 24/10/2011.

Gomes da Silveira
Enviado por Gomes da Silveira em 24/10/2011
Código do texto: T3295230
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