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Quando verdadeiramente se diz: “eu te amo”, esta frase explode e implode um derradeiro sentido para dentro e para fora da vida.
O amor não é uma parte do ser humano. É uma maneira de existir. É o modo de ser próprio do homem. Amar é transcender, romper os limites, recusar aceitar qualquer palavra como palavra final. Torna-se uma realidade espiritual tanto quanto material. É esse espírito-amor que torna o humano diferente do animal. O animal se ajusta à natureza que o circunda, seu interior é igual ao exterior.
O homem-espírito que ama é diferente do animal; nele o possível excede infinitamente o real. E ele se dimensiona para as possibilidades abertas. Não capta somente o real; capta e se extasia pelo possível ainda-não-experimentado. Passa a sonhar no sono e acordado. A capacidade de fantasiar, de acrescentar sempre algo à realidade, faz com que se recuse a aceitar qualquer estrutura dada e feita como termo de sua busca de amar. Ele está sempre para além. Encontra-se aberto não somente a isto e àquilo; é abertura total, nó de relações voltado para todas as direções.