Uma Brisa Chamada SAUDADE

Tanta coisa me dá saudade que eu nem mesma sei por onde começar este relato. Sinto saudade daquela infância, onde a gente nunca pensa ser criança, onde o bonito é ser gente grande e quando crescemos que saudade sentimos daquele tempo.

Saudade de longas conversas na volta da escola, debaixo de um sol quente ou até mesmo no fim de tarde onde corríamos para ver a novelinha, daquele sonho adolescente que nesse coração grande lugar tinha.

Quanto tempo naquelas tardes, quantos trabalhos com as amigas, como riamos de tudo e não nos preocupavamos com nada. Não tinham gastos, não tinham contas, nem precisávamos cumprir o horário, a não ser o de chegar antes do anoitecer.

Hoje esse sonho fica guardado, dos passeios pelo quarteirão, das conversas online, da disputa de quem tinha mais amigos virtuais, da vergonha do meninos. Como queríamos ser tudo e quando colocadas a prova não éramos nada, éramos apenas vermelhinhas bochechas, com vergonha de tudo.

Como dá saudade, como era fácil pedir sorvete, bala, pirulito e chocolate, sem saber que pra termos aquilo alguém precisou ir pro combate, precisou acordar cedo, precisou aguentar além de seu limite, precisou enfrentar terríveis engarrafamentos, ônibus cheio e ainda chegar em casa e te fazer sorrir.

Essa saudade é doce, é leve como uma brisa numa tarde de domingo, ela só alimenta ainda mais a minha vontade de poder desfrutar desta honra de ser mãe um dia.