Validade de casamento

Por um momento pensei que fosse piada, depois, durante todo o fim de semana em vários noticiários ouvi sobre: "Casamento com validade de 2 anos", e aí me pergunto: Onde é que nós vamos parar?

O amor hoje em dia já é mais do que banalizado diariamente, o sexo, praticamente um produto comercial, dificilmente encontramos homens e mulheres que se olham como pessoas, hoje parece que estamos num açougue, e que me desculpem os leitores por esta linguagem tão não coloquial, mas algumas expressões seriam piores. Hoje as amizades baseiam-se apenas por redes sociais, quem tem mais amigos adicionado às redes é o grande popular, não sou contra as redes, faço parte delas, e acredito que a tecnologia é uma grande ferramenta, mas parece-me que perdemos o pessoal, o íntimo, o olho e estamos apenas com a galera, onde não conseguimos nos enxergar, lidar com nossos problemas, frustrações e alegrias, porque no grande público, é mais fácil baterem palmas para qualquer coisa, no íntimo não.

Então, o que reflito com essas mudanças e 'validades de casamento' é que mais uma vez estamos sendo impessoais e superficiais, ou o que é pior, dando validade para um relacionamento, um amor, uma construção. Podemos até relacionar assim, quando construirmos uma casa, podemos dar-lhe também o prazo de validade, assim, quando começarem a surgir as rachaduras nós simplesmente a demolimos com tudo o que há dentro, todas as decorações, todos os móveis e todas as histórias contidas nela, simples assim, se eu não as quiser consertar eu destruo.

Já me pergunto se os seres humanos querem construir ou destruir, seja o planeta, a vida ou os relacionamentos, talvez estejamos em fase de regressão, voltando no tempo do "Mito da caverna de Platão".

Rafaela Scicchitano
Enviado por Rafaela Scicchitano em 06/11/2011
Reeditado em 04/12/2012
Código do texto: T3321245
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