Política e o Respeito à Coisa Pública

Qual é a relação entre Política e a coisa pública? Não precisamos fazer análises muito profundas para saber que a relação é clara e evidente. À Política cabe traçar diretrizes que visem atingir o bem comum, respeitando a multiplicidade de opiniões e ideologias, além de gerir a coisa pública com zelo e moralidade.

Outrossim, devemos nos ater que o bem comum é, em última análise, a realização de uma política que vise a sanar problemas sociais, tais como a desigualdade, a desnutrição, bem como oferecer serviços como a educação, saúde, saneamento básico e geração de empregos. No entanto, tendo em vista a formação político-social de cada membro da sociedade, a busca desse bem comum, e a conseqüente ação, pode variar, partindo desde uma intervenção mais rigorosa dos entes públicos, até a chamada intervenção mínima.

É certo que no regime democrático deve prevalecer a liberdade de expressão e deve-se possibilitar a todos emitir sua opinião, para que haja um debate esclarecedor, com vistas a ser traçada o melhor caminho para o atingimento daqueles fins.

Pois bem, essas são algumas das características do regime que vivemos. Porém, observando o quadro político atual e já rememorando outros casos semelhantes, é inegável analisarmos que algo está faltando.

Para gerir a coisa pública e também editar leis que vão influenciar o destino social e dos bens públicos, faz-se necessário que aqueles que estiverem envolvidos nesse processos estejam suficientemente isentos de qualquer influência para agir melhor na busca daquela finalidade social.

E dessa forma, facilmente percebemos que muitos dos que gerenciam os bens públicos já tiveram envolvimento com irregularidades fiscais e até mesmo penais. Ora, como poderia um indivíduo que deve ao Estado gerenciar esse mesmo Estado? E aquele que praticou um crime, como poderá legislar, já sabendo que seu voto poderá beneficiá-lo?

Fica claro que toda aquela característica de finalidade do bem comum fica comprometida quando indivíduos sem a suficiente isenção gerenciam o bem comum. As leis ficam maculadas da eterna suspeita, a administração fica com a pecha de tendenciosa, e toda a sociedade fica descrente na elite política.

Mais uma vez fica demonstrado que é necessário uma ampla reforma política. E um dos fatores que mais necessitam dessa reformulação refere-se a essa questão. Não é possível que pessoas sem a suficiente isenção possam administrar o bem público, bem como legislar com vistas ao atingimento do bem público. Já vimos e vivemos diversas, inúmeras histórias nesse sentido e o fim dela nós também já sabemos.

Faz-se necessário que pessoas que estejam envolvidas com delitos, seja de que natureza for, e também com irregularidades tributárias não possam gerir ou legislar, para que possamos ter um pouco mais de credibilidade na classe política.

Sem isso, sempre estaremos descréditos com a nossa política.

Piracicaba, 29 de agosto de 2.005.

julianopd
Enviado por julianopd em 16/12/2011
Código do texto: T3391698
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