DINHEIRO, UM MAL QUE ESTÁ LEVANDO A HUMANIDADE A FALÊNCIA TOTAL!

Há muitos e muitos anos, quando não existia o tal do dinheiro, as pessoas viviam maravilhosamente bem. Bem emocionalmente, bem sentimentalmente, bem fisicamente, bem valorizadas, bem tratadas e bem humanizadas.

O Sr. João, um homem muito trabalhador, mãos calejadas (naquela época quase todas as mãos eram calejadas do trabalho, da luta do dia-a-dia), honesto, com suas forças possuía alguns alqueires de terras, com pomares, legumes e verduras de primeira qualidade.

Seu Francisco dos porcos (chamado assim por possuir muitos porcos em sua propriedade), ali, nada havia plantado, o cheiro dos animais era mau, mas a fragrância do amor, do afeto, da bondade que tinha com filhos, netos e vizinhos dava gosto de sentir.

Vó Maria, chamada por tantos netos que possuía. Viúva generosa e muito dedicada ao trabalho, acordava muito cedo a ordenhar as cinco vacas que possuía. Seu espaço naquela terra era somente o grande pasto para suas vacas e único cavalo que lhe servia de transporte.

Dona Gertrudes, uma senhora de puro carinho, que tratava todos como se fossem seus filhos, havia um cultivo de muitos legumes e verduras. Passava o dia cuidando de suas folhas verdes e legumes com muita dedicação.

Seu Mané também muito querido por todos da redondeza (não havia ninguém que não fosse querido por ninguém), cultivava uma enorme plantação de mandioca, batatas, milho e cana. Era uma das maiores terras das redondezas.

Dinheiro, não existia, nem se ouvia falar nessa palavra a qual ainda não haviam inventado.

Bens eram as terras, cavalos, vacas, burros, carroças, plantações, filhos, netos, bisnetos...

Como as pessoas viviam? Bem? Não. Maravilhosamente bem!

Seu João, semanalmente enchia sua carroça de tudo o que tinha em sua propriedade, laranjas, mangas, bananas e outras frutas e saía distribuindo para sua estimada vizinhança, foi exatamente o que leram, distribuindo.

Vô Maria, com ajuda dos netos, enchia vasilhas de leite tirado na hora e também repartia as pessoas de sua volta. As que tinham mais crianças, recebiam mais e se faltasse, era só ir à casa de vó Maria que tirava o leite na hora.

Dona Gertrudes, fazia o mesmo com suas folhagens deliciosas, lindas e saborosas hortaliças entregues com sorriso para os vizinhos alegres e bem educados.

Seu Mané deixava sua plantação à disposição de quem quisesse. Seu território era sempre cheio daquela gente humilde e muito rica de espírito, fraternidade e solidariedade umas com as outras. As crianças sentavam à sombra das árvores, chupando cana fresquinha e docinha que acabavam de colher.

Não se esquecendo do seu Francisco dos porcos, quinzenalmente matava porcos e era decretada festa na distribuição das carnes aos vizinhos.

Solidariedade, generosidade, harmonia, eram os sobrenome das pessoas naquela época.

Tudo era dividido. Quem não tinha arroz e feijão para compartilhar, tinha outro alimento a oferecer. Quem não tinha o plantio, oferecia leite, quem não, deixavam carroças e burros a disposição para o transporte de quem necessitasse e lenha para cozinhar.

Também iam à cidade para fazerem barganhas. Trocavam mandiocas, bananas, frutas, legumes, porcos, cachorros, animais de caças já mortos e pronto para o consumo, por cadeiras e mesas prontas e outros objetos que também levavam.

Os lenhadores também trabalhavam de sol a sol para abastecer o fogão dos moradores de suas casas e alguns vizinhos.

Então esse povo vivia de quatro situações na vida: plantio, caça, pesca e troca.

Os animais maiores e mais valiosos eram barganhados por terrenos, carroças, casas e outros bens maiores. A palavra do homem valia mais que mil cavalos. Honestidade acima de tudo. Falou, estava falado!

Não havia registros ou documentos que comprovassem nada, mas quem disse que fazia alguma falta ou cobrança?

O tempo foi passando e a população aumentando, a necessidade do alimento, da moradia, da acomodação, do trabalho, tudo foi aumentando muito rápido e com ele, o interesse do homem em ganhar, trocar e sobreviver de alguma maneira.

As trocas, os meios de vidas começaram a aumentar muito. A população começou a crescer muito rápido, mais do que já crescia e assim, foram pensando em estratégias para conseguir facilitar a vida de todos.

Agora nas cidades grandes já havia registros de documentos em papéis, necessidade de provar algo em documentos, nascimentos, falecimentos, terras e muito mais.

Até que o homem pensou numa maneira mais fácil de ter bens, de conseguir o que quisesse com algo em mãos e assim, inventaram o dinheiro.

A desonestidade começou então a agir de uma forma mais áspera, mais explícita, se é que havia alguma, pois não tinha necessidade.

A desconfiança também começou a habitar nos corações e com ela, as pessoas não eram mais tão ingênuas e puras de coração como outrora.

Que pena! Meu Deus... Um povo tão humilde e tão cheio de humanidade, agora tomados de sentimentos que não eram seus, não faziam parte de seus mundos.

Começaram a desaparecer roupas nos varais, sumir cachos de bananas a noite e até carroças. A palavra roubo começou a ser muito mais pronunciada que nunca.

As trocas das terras não eram mais por bocas e sim, por documentos registrados e comprados em cartórios na cidade e assim mesmo, dava muito confusão.

Dinheiro, um pedaço de papel que já valia comida, bebida, lenha, animais, transporte, carroças, casas, terras, cadeiras, mesas, pão, leite e tudo o que se quisesse, era possível pagar com esse papel chamado dinheiro.

Pronto! A humanidade deixou de ser o que era.

Muitos e muitos anos depois...

Hoje, século XXI, impossível viver sem o dinheiro. Pagamos água (um absurdo que muitos não viram acontecer) luz, telefone, compramos casas e pagamos para morar nelas, compramos carros e pagamos para andar com eles, pagamos por tudo! Para nascer e para morrer.

Hoje, o dinheiro já compra tudo! Infelizmente não só a comida, roupas, mas a luxúria, a vaidade, transformações em nosso corpo, compra algum tempo de vida, remédios, drogas, vícios, muito e muito mais, compra até prazer sexual.

Graças a Deus, só não compra o que de mais valor o homem tem dentro de si, herdado e ensinado pelos seus pais de bom caráter: a honestidade, a moral, dignidade, ética, verdade, fidelidade, amor ao próximo! Isso sim são valores que o dinheiro não consegue comprar.

Mas um alerta! Muito cuidado! Não se deixe corromper por causa do dinheiro. Muitos já estão vendendo a honestidade, o caráter que tinham e o dinheiro já está comprando a verdade das pessoas. Quando esse tal dinheiro sobe à cabeça, os humanos esquecem que são humanos e se esquecem também esses valores não devem ser vendidos nem comprados, pois não tem preço que pague por eles.

Meus queridos, o bem maior que você tem dentro de seu coraçãozinho é o caráter em ser um cidadão de bem, que não mexe no que não é seu, a moral, a dignidade que há em você, a honestidade, sinceridade e a boa índole que há dentro de nós, não deve ser trocados por nada deste mundo e onde você estiver, leve-as consigo.

Os meus valores estão comigo! Não estão à venda! Não há valor suficiente para pagar os meus princípios, minha raiz, meu sorriso espontâneo, minha vontade de viver, mas viver sem matar ninguém.

No momento de minha partida, dinheiro não levarei, mas muitos e muitos valores...

O dinheiro comprará o caixão que me acolherá, mas dentro dele, todos os meus valores descerão a sepultura juntamente comigo.

WILLIAN GILIO
Enviado por WILLIAN GILIO em 17/12/2011
Reeditado em 03/04/2012
Código do texto: T3393219
Classificação de conteúdo: seguro