Somos Imutáveis?

Observemos o planeta Terra, apenas ele, e façamos a seguinte pergunta: qual tem sido a marca predominante do planeta? Dentre muitas respostas, uma parece ser inconteste, qual seja, o planeta se encontra em constante mutação.

Desde os tempos primitivos, a Terra passou por inúmeros estágios. Primeiramente, esteve ela se solidificando, período que era impossível a Vida tal qual a conhecemos. Depois apareceu a água, fonte fundamental à vida, dando origem aos mares. Vieram as primeiras espécies unicelulares, criando a condição propícia para o surgimento da atmosfera composta de nitrogênio e oxigênio, basicamente. Apareceram, depois, os seres vivos de maior complexidade e, numa constante mutação das espécies, chegou-se ao ser humano. Isso tudo, sem observar o que a própria estrutura do planeta sofreu de mudanças. Terras que emergiram, outras que submergiram, ambientes que foram alterados devido ao clima, temperatura ou qualquer outro meio que propiciaram essas mudanças.

E não pensemos que essas mutações terminaram neste estágio. Ao contrário, o estágio que o planeta vive é apenas mais um. Em sua mutação, a Terra irá passar por outras tantas transformações, bem como a Vida que nela nasce, cresce, se desenvolve e que, depois de cumprir seu papel, transforma-se em outra forma.

E nós seres humanos, seremos nós imutáveis? Ora, analisando apenas o aspecto fisiológico, sabemos que estamos num estágio evolutivo, o que não significa que não haverá outras transformações. Nossa espécie, como tudo o que aqui existe, vem se adaptando a novos ambientes, novas necessidades, novos desafios. E continuaremos assim. Ser imutável é como dizer que se estagnou, não estar aberto a transformações, a inovações, a adaptações.

E o que falar de nossas vidas? Quanta coisa já aprendemos desde nosso nascimento? Quantas experiências passamos que nos levaram a rever pontos de vista antes defendidos? Quantos novos pensamentos se somaram aos nossos, criando uma nova forma de se entender a vida?

Não é possível a estagnação, pois a estagnação é a ausência da própria essência do que rege o planeta Terra, a vida nele reinante e o próprio Universo. Tudo isso é dinâmico e equilibrado ao mesmo tempo. Tudo almeja a adaptação, transformação, evolução.

Um ser imutável dá sinais de não se adaptar, não abrir possibilidade para novos horizontes, novas formas de se ver o mundo, de se encantar com as novidades que a própria Vida lhe oferece. Fechar-se na sua imutabilidade é negar o princípio maior do Universo, que é a evolução. É como parar no tempo, querendo retê-lo nas nossas convicções, como se ela não pudesse se adaptar diante de novas visões, novas experiências.

Defender a imutabilidade é negar-se a evoluir, o que significa negar a própria Vida. Claro está que a imutabilidade não faz parte da história da Terra e do Universo e para nós cabe reconhecer esse princípio não só no aspecto físico, mas também no psíquico, abrindo espaço para evoluirmos, crescermos, adaptarmos.

Usando de nossos aspectos inteligíveis, poderemos analisar cada um dos estímulos que recebemos, ponderá-los e concluirmos o que devemos ou não fazer, como agir e que papel exercer. Aplicando esse princípio, estaremos preparados para evoluir, seguindo a lei da mutação, da transformação, conforme os preceitos presentes no planeta Terra. Estaremos, enfim, cumprindo a lei da evolução

Piracicaba, 21 de outubro de 2.005.

julianopd
Enviado por julianopd em 17/12/2011
Código do texto: T3393853
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