Somos Responsáveis?

A sociedade cobra atitudes do governo para absolutamente tudo e critica sempre que algo não acontece conforme sua opinião, suas convicções, seu modo de encarar o mundo. A sociedade também sabe elencar e exigir seus direitos sempre que se sente ameaçada naquilo que lhes é conveniente. A sociedade sabe se posicionar diante de determina situação, sobretudo se for uma situação que cause clamor social, e seu posicionamento é, por vezes, ausente de análises dos pormenores.

No entanto, os membros dessa sociedade se esquecem de que a crítica é válida desde que voltada à correção dos fatos, e não mera falácia sem atitude. É necessário que além da crítica surja a iniciativa de se fazer algo ou de se trabalhar por aquela causa. Esperar que o governo resolva todos os casos e nada fazer é uma atitude comodista.

É fácil, porém sem responsabilidade, apenas falar e criticar. Mas e a atitude de se adotar postura de agente ativo, que toma a iniciativa de fazer aquilo que pede, será que temos? Exemplos surgem aos milhares. Basta observarmos as críticas aos bueiros entupidos, mas o que fazemos para contribuir ou evitar esse quadro? Quanto lixo é jogado na rua? E a crítica aos menores abandonados, será que também não fechamos os olhos para eles? Será que iniciativas simples, como respeitar o ensino e os professores, não seria um primeiro passo?

Exigem-se os direitos, mas esquecem-se os deveres. É o caminho mais fácil, com menor comprometimento apenas exigir os direitos, pois assumir os deveres requer responsabilidade, requer respeito, requer iniciativa de não mais aceitar apenas palavras ocas, vazias, mas adotar postura ativa de se mudar o seu cotidiano e o seu pensamento.

Por conseqüência, observa-se que muitos membros desta sociedade não assumiu ainda seu papel de agente ativo construtor do seu mundo e do seu país. Ainda observamos inúmeras pessoas que criticam, falam, contradizem, mas apenas isso; não cumprem o seu papel, não tomam nenhuma atitude construtiva, não assumem a responsabilidade de se construir uma sociedade mais justa e solidária.

Para que sejamos livres efetivamente é necessário que sejamos responsáveis. A responsabilidade de se posicionar e de assumir um papel ativo perante a sociedade. A responsabilidade de, ao invés de criticar, tomar a atitude de fazer.

Ou será que nos contentamos com o que vivemos?

Piracicaba, 10 de maio de 2.007.

julianopd
Enviado por julianopd em 23/12/2011
Código do texto: T3403092
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