Reunir-se

Natal, época de reunião. Neste período, paira no ar o desejo de reunir-se com parentes ou amigos, desejando que esta reunião fortaleça ou renove os laços que unem essas pessoas.

Mas, o que significa a palavra reunir-se? Ao analisarmos a palavra reunir-se, notamos que é composta de três partículas; re, prefixo latino que significa repetição; unir, verbo de origem latina, que significa ligar, juntar, estabelecer ligação, tornar um só, associar; e a partícula integrante do verbo se. Ora, reunir-se traz em si o conceito de que haverá uma nova ligação.

Pois bem, ligar-se a que? E acrescente-se, novamente?

O ato de unir-se tem dentro de si uma intenção, qual seja, o desejo de se ligar a algo. Em outras palavras, somente há união quando há desejo, empatia, objetivo. E isso podemos ver nas mais variadas formas; há união dos elementos para se fazer um bolo; há união das células para formar um corpo; há união entre a areia, o cimento e água, para dar consistência a uma parede.

Se não houver predisposição para a união, ela jamais ocorrerá, basta ver que não se misturam a água e o óleo, por exemplo. Está claro, pois, que os motivos para unir-se podem ser os mais variados possíveis, basta haver desejo de que algo se concretize.

Reunir-se, da mesma forma, tem embutido esse conceito de que para haver o ato de união faz-se necessário o desejo, a empatia, o objetivo, mas com um elemento a mais, que é ocorrer novamente.

Mas por que novamente? Pelo simples fato de que, por um motivo qualquer, ocorreu a separação. Porém o desejo, a empatia, o objetivo de se unir permaneceram, e a oportunidade de se ligar novamente se faz presente. E se o objetivo permanecer o mesmo entre os indivíduos participantes, qualquer que seja esse objetivo, a união se repetirá sempre. Haverá reunião.

Mas o mais importante no ato de se ligar novamente é saber qual o objetivo da reunião? Qual a intenção que se coloca nela? Estará essa reunião ligada a objetivos nobres? Quais objetivos são esses?

Objetivar motivos altruístas traz a oportunidade de se reunir com pessoas que também têm esse objetivo. E unidos, fortalece-se em cada um essa intenção. Juntos potencializam-se seus objetivos e atingem aquele ponto que o grupo tem como meta. Surge aí o estado de felicidade, que é a realização de um objetivo. E o Natal propicia esse estado, pois o espírito de Natal leva-nos a refletir sobre o que fizemos, o que desejamos, o que pensamos. Une a todos em torno de seu objetivo de solidariedade e respeito mútuo e fortalece os laços de união que, por vezes, parece estar adormecido.

Por isso, reunir-se é um ato de comunhão, onde pessoas com um objetivo em comum celebram e rendem homenagens àquele ponto de atração e, juntos transformam esse ponto de atração em um ideal de uma vida.

Que saibamos, pois, reconhecer o espírito de Natal e que este espírito perdure por todo ano.

Piracicaba, 04 de dezembro de 2.008.