Frutos, mas de qual tipo?

É interessante notarmos algo relativo ao ser humano; sempre desejamos os melhores frutos, com a melhor aparência, ou seja que agrada a um dos nossos sentidos, a visão. Influenciado por essa experiência sensorial, sentimo-nos induzidos a pensar que o gosto também deve ser ótimo, e, diante disso, compramos e comemos. E aí satisfizemos outro de nossos sentidos, a gustação.

Podemos dizer a mesma coisa em relação a tudo; ouvimos músicas que nos sejam agradáveis aos ouvidos; compramos perfumes que agradem ao nosso olfato; tocamos em tecidos ou qualquer outro objeto para que o nosso tato seja estimulado e nos “diga” se é ou não agradável para nós.

Em outras palavras, procuramos aquilo que nos agrada e usamos dos cinco sentidos que possuímos para que nos sintamos bem.

Mas há momentos que algo não nos agrada. Se analisarmos bem, veremos que algo está dissonante com aquilo que apreciamos.

Contudo, há momentos que cabe a nós, antes de colher qualquer fruto, plantar. Antes de saborear, é preciso trabalhar para que esse fruto saia ao nosso gosto, satisfaça o padrão que nos agrade.

E isso se refere a qualquer aspecto da vida.

Os frutos são recolhidos conforme o que foi antes cultivado. Assim, devemos nos perguntar, o que realmente queremos colher? E o que temos plantado?

É interessante notar que por vezes o desejo manifestado oralmente não se reflete nas ações. Quantas não são as vezes que desejamos um resultado, mas o que fazemos é o oposto do que falamos? Quantas não são as vezes que manifestamos algo que está em oposição ao que buscamos?

Ora, os frutos que colhemos são resultantes do que fazemos, e, em muitos casos, difere daquilo que dizemos que queremos. Fica claro que o que se fala, muitas vezes não se reflete nas nossas ações.

Se analisarmos esse ponto, veremos não é possível construir uma sociedade mais justa se nossas ações não se refletem no que dizemos. É sempre fácil concordar com as ações dos demais se elas estiverem de acordo ao que queremos, mas, e quando for contrário? Sabemos respeitar o outro? Sabemos entender o que o levou a agir daquele jeito? Sabemos a história de vida dele para entender as escolhas feitas por ele?

É fácil observar no outro, que no outro há diferenças em relação ao que desejamos, e aí somos capazes de emitir um juízo de valor qualquer. Mas e nós mesmos? O que fazemos? Estamos agindo em qual direção? Nossas ações são direcionadas para onde?

Construir algo, utilizando-se de ferramentas contrárias ao que se deseja construir não trará o resultado esperado. Ao contrário, só irá aumentar aquilo que não queremos, ou dizemos não querer. Para uma sociedade que conviva em paz é necessário que seus membros, nós, também tenhamos paz. E para isso, não devemos observar o outro, mas nós mesmos. Devemos nós, cada um de nós, começar a fazer das nossas ações a realização do que queremos.

E aí cabe a real questão: o que realmente queremos e o que faremos para que isso se concretize?

Piracicaba, 24 de janeiro de 2.011.

julianopd
Enviado por julianopd em 31/12/2011
Código do texto: T3415288
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.