Historieta: Felisbina e as cartas... (Capitulo XV)

Cada carta era uma flecha de esperança para o coração de Alice.

Alice respirou e começou a leitura da carta mais antiga.

“_ Cara amiga e irmã Felisbina,

Saudades imensas de nossas conversas e de sua alegria.

Espero que todos estejam bem e que você esteja dando certo na cidade grande.

Como está à filha de dona Francisca? Ela já se casou? Espero que não, pois o Rafael não a fará feliz.

E seus pais? Continuam na roça?

Como eu gostaria de me encontrar com você e poder conversar um pouquinho e ouviu o seu conselho sábio apesar da nossa diferença de idade.

Que Jesus te envolva cara irmã com todo o seu amor.

André, Portugal.”

_ Eu não sabia que você era a boneca até o dia de hoje. Quando ele me salvou do rio, nós nos tornamos amigos e ele sempre ia lá em casa, meus pais achavam que ele estava interessado em mim, mas eu sempre souber que ele amava outra pessoa e sentia muito por ele, pois ele me dizia que ela já pertencia a outro. Muitas vezes ele chorou e eu o consolei, me considero sua irmã e o considero como um irmão. O dia em que ele partiu foi um dia muito triste para mim, pois ele era meu grande amigo, conversávamos sobre tudo, foi ele quem me disse para estudar, ele disse que ia embora, que estudaria muito e que ia tentar esquecer o seu amor impossível. Eu disse para ele que a gente nunca esquece o amor, se ele é verdadeiro. E eu sei que ele ama você de verdade! E você?

_ Não sei, o que sinto? Mas o meu coração está apertado, sinto uma alegria e uma tristeza ao mesmo tempo. Disse Alice emocionada.

_ Leia a outra carta. Disse Felisbina.

Alice começou a leitura em voz alta.

“_ Cara irmã Felisbina,

Nunca imaginei que você pudesse me dizer algo tão belo e que sua carta pudesse ser por mim esperada com tamanha ansiedade.

Todas as vezes que elas chegam são como gotas de esperança na minha vida escura e triste. Recebi informação de que o Rafael se casou com outra pessoa e gostaria de saber por quê? Essa foi uma das melhores noticias que minha mãe já me deu.

Adorei seus conselhos sobre Deus, a fé e a caridade.

E quanto ao tempo que vai levar para você entender tudo das ciências do mundo... Esse tempo não importa, pois você entende coisas que nenhuma ciência possui ainda.

Obrigado! Por suas letras que acalentam e acalmam minha alma.

De seu irmão André, Portugal.”

_ Lindas as cartas dele. Disse dona Francisca.

_ Você viu que no verso tem um telefone e um horário para a gente ligar e falar com ele? Perguntou Felisbina.

_ Como assim?

_ Eu ligo e convido ele para vir aqui te ver se você quiser?

_ Eu quero! Respondeu Alice alto.

_ Então acho bom a gente correr até o posto telefônico, pois está quase na hora.

Alice olhou para a mãe, que disse:

_ Pode ir minha filha.

Dona Francisca tinha um sorriso no olhar e Alice inspirava felicidade e Felisbina estava muito alegre.

Ao chegar ao posto telefônico, Felisbina pagou e entrou na cabine junto com Alice e fez a ligação, assim que a ligação se completou ela pode ouvir a voz de seu querido amigo-irmão André.

Assim que ela disse oi. André reconheceu-lhe a voz e gritou muito alegre:

_ Felisbina, é você?

_ Sim, sou eu!

_ O que houve?

_ Eu quero saber uma coisa muito importante...

_ O que é?

_ Aquele amor impossível ainda vive em seu coração?

_ Sim! Por que você está me perguntando?

_ Porque ela está aqui do meu lado e quer falar com você.

_ A Alice quer falar comigo?

_ Ela mesma!

_ Oi!

_ Alice, é você mesmo? Perguntou André emocionado.

_ Sim! Eu não sabia que você gostava de mim, por que nunca me contou?

_ Achei que fosse impossível...

_ O amor nunca é impossível. E essa é uma frase de Felisbina.

_ Quero falar com você pessoalmente, eu posso?

_ Claro! É o que eu mais desejo.

_ Eu estarei de volta ao Brasil no próximo mês.

_ Eu estarei esperando. Disse Alice com o coração aos pulos.

_ Dê um abraço em Felisbina e pergunte a ela como ela soube que era você.

_ Essa é uma longa história, nós te contaremos pessoalmente.

Felisbina e Alice saíram do posto telefônico muito felizes.

Continua...