A tristeza divina

Por toda a história o homem teve a necessidade de cultivar uma divindade, alguém para explicar o impossível ao humano, alguém para alimentar suas esperanças. Por conta disso é dito que,sem um deus o homem não vive,é um ser sem propósito,triste.

Mas e Deus?Ele é um ser triste por não ter uma divindade acima de si?Segundo Carlos Drummond de Andrade, em seu poema “Deus Triste”, Deus por não ter um “Deus” superior, é um ser triste e sua “tristeza é incomparável”. Drummond ainda diz: “A tristeza de Deus é como Deus: eterna.”.Enquanto nós meros humanos vivemos por volta de oitenta anos,Deus é eterno,e isso aumenta o “peso” da tristeza e solidão impostos por sua superioridade.

Num ponto de vista, é válida esta ideia apresentada por Drummond, mas se associá-la à história no seu inicio, nos primórdios antes da criação. Sendo assim podemos dizer que Deus era triste,por estar sozinho e não ter nem ao menos criaturas para cuidar.Então,após a decisão de criar o universo e ter todos os seres vivos a seus cuidados,Deus não se vê mais como um ser triste,mas sim como um ser responsável por ensinar à sua criação sua “sabedoria-divina e filosófica”,da qual está além do que nós podemos compreender e a partir desta última ideia que digo,que por mais que nos esforcemos,nunca poderemos entender por completo este Deus,que mesmo sem uma divindade acima dele,não se sente só e nem triste,mas feliz e honrado com seu trabalho.