10 anos no tibet
Nem a mais íngreme das montanhas que foram esquecidas nesse lugar pode conter tamanha frieza como em meu coração. Aqui as lembranças e não o vento assolam esse lugar, não há paz no esquecimento, só alívio.
Aqui o tempo se perde entre a paisagem, aqui homem algum se difere de vales vazios e sem vida, aqui a esperança não se faz notada.
Ecos distantes murmuram velhos nomes do passado e não mais que um , basta para que toda minha espinha gele como água.
Aqui a vastidão me completa. E já faz tanto tempo longe de casa que mal reconheceria meus vizinhos. De qual sonhos ainda posso viver, essa pergunta penetra meu coração e cai em um abismo tão profundo que um silêncio absoluto recondiciona minha mente e me transporta a onde sempre estive, aqui...
Nenhuma noite nenhum dia, nada é tão longo como hoje, para que se importar com despedidas se as águas geladas do sul não deixam nada sobreviver até aqui.
É claro que não faço parte do mundo lá fora. É que sempre quis ser parte de de mim antes de tudo.