Que país é esse?

Crianças, jovens, adultos, ninguém está livre da violência. Pessoas morrem a cada minuto. Sofrem de fome, de doenças, de abusos aos Direitos Humanos e a dignidade. Todos são vítimas da violência física, psicológica, moral. Esse é o Brasil. Resta saber até quando o mesmo irá durar.

Um passado escrito pelo sangue e suor do escravo gerou um país desigual. Por conseguinte, ainda cedo à violência bateu à porta da sociedade brasileira, entrou e se instalou. Logo, o que se vê noticiado, a exemplo da morte do menino João Hélio, não surgiu agora. Pelo contrario, a violência já virou uma antiga inquilina e parece já ter se tornado uma moradora permanente.

A violência deixou suas marcas criando uma sociedade apática. O medo intrínseco e a rotina de abusos transformaram o cidadão. Esse já não chora, ou porque não tem mais lagrimas a chorar, ou porque já se acostumou. E se acostumar com a violência é assinar o "atestado de óbito" da esperança por um país melhor. Além disso, é antecipar a derrota na batalha por um Brasil mais justo, já que a esperança é o "rotor" que impulsiona o homem à luta.

O sucesso da investida por um Brasil menos violento se dará através de uma integração dos marginalizados à sociedade. Essa integração se fundamenta na necessidade de dar oportunidade aqueles que não têm condições socioeconômicas favoráveis por meio de investimentos em educação. A educação proporcionará condição ao indivíduo de sobreviver dignamente. Isso porque se deve ensinar o homem a "pescar" para que ele se torne independente e possa caminhar com suas próprias pernas. Mais que isso, uma pessoa instruída é "soldado armado" contra a violência. Assim, exigindo do governo ações efetivas de reestruturação da sociedade brasileira através de uma maior igualdade social.

A sociedade brasileira está vivendo um processo de autofagia. A violência minou-a e não falta muito para que essa exploda. O Brasil virou uma bomba relógio, de um lado "alphavilles" e de outro "alphavelas" que estão no limiar de um confronto final. Logo, o país durará pouco se nada for feito antes que o tempo acabe e tudo voe pelos ares.

Bruno Pondé
Enviado por Bruno Pondé em 16/03/2007
Reeditado em 21/03/2007
Código do texto: T415380