A QUEIMA ROUPA

A queima roupa

Nem todos têm uma segunda chance como o meu amigo Rafael Lelis, uma vitima da negligencia de um motorista de ônibus.

Bem, isso tudo começou quando eu e mais dois amigos fomos se divertir em uma pracinha do Centro de Vitória, conversa vai conversa vem perdemos a noção do tempo quando demos conta já estava tarde, saímos rapidamente da pracinha para o ponto a espera de um ônibus de Vitória, mas já era tarde e não passava mais o ônibus que precisávamos, então restou o ônibus transcol, o importante que o ônibus passava em nosso ponto.

Logo após cai uma tremenda chuva, para variar o ponto de ônibus estava descoberto, assim todos ficaram molhados, ainda bem que o ônibus apareceu em seguida, só que, ali naquele ônibus era o inicio da quase tragédia. Ao entrar no ônibus e percebi que o motorista falou alguma gracinha se referindo a mim, mas como não prestei a atenção deixei de lado, enquanto isso eu, Mulambo e Fofão estávamos conversando sobre as mulheres que conhecemos, demorou uns 3 a 5 minutos o motorista olha no retrovisor e diz;

- Esses marginais não vão passar na roleta não?

Fiquei pasmo com o que eu ouvi, olhei bem no retrovisor para ver ser realmente era com nos que, até então nada mostrava o lado negro do motorista, chegando ao ponto que íamos descer, já com as passagens pagas, era só o motorista aguarda que nos três íamos descer, mas não, ele logo acelerou e dizendo que não íamos descer, foi na hora que Fofão pediu para Mulambo pegar o nome dele que estava no crachá e fazer uma reclamação pela falta de respeito. Mulambo chegou bem próximo ao motorista para pegar o nome dele no crachá, o motorista não se conformou e encostou o ônibus e empurrou bruscamente Mulambo, em poucos segundos uma pequena briga já tinha dado inicio, quando ninguém esperava, Mulambo empurrou o motorista próximo ao volante que ali debaixo estava guardado uma pochete com uma arma calibre 38, o motorista saca a arma e efetua o disparo friamente a queima roupa acertando seu abdômen, á quatro dedos abaixo do seu umbigo, naquele momento fique sego, não sabia se ajudava a socorrer ali mesmo no chão ou se ia para cima do motorista com toda minha fúria, mas só escutava uma voz na minha mente dizendo para descer com ele e ajudá-lo, não sabia de quem era, mas foi a que segui, saltei rapidamente do ônibus e coloquei Mulambo no meu colo, ai desesperado no meio da rua pedindo ajuda e nada acontecia Fofão mais nervoso do que eu esbravejou para que eu pegasse o numero da placa do ônibus, não sei como, mas olhei bem e fixei na mente só depois corremos até o HPM (Hospital da Policia Militar), correndo com ele em meus braços e escutando ele dizendo que não queria morrer, forçar naquele momento não era minha por que o peso dele já tinha dobrado, mas nada me afetava.

Entrando no hospital meu amigo foi atendido com toda atenção necessário para aquele momento, enquanto isso Fofão avisava os familiares e conversava com o policial de plantão, mas algo deu errado, Mulambo precisava ser transferido para outro hospital mais adequado para o seu quadro clinico. Olhei para um lado olhei para o outro não perdi tempo entrei na ambulância avisando a socorrista que sou amigo dele, com chuva, ambulância correndo para chegar o quanto antes no hospital, a socorrista pedindo para que eu ficasse conversando com ele, assim mantendo acordado, com muita luta chegamos ao hospital direto para a sala de cirurgia. Fiquei na recepção aguardando noticias, eu já estava ficando nervoso, a recepcionista me perguntando qual nome, bairro, idade, e na hora nada vinha na mente só o apelido Mulambo. Logo em seguida chega à tia e a mãe do Mulambo perguntando o que tinha acontecido, um policia veio até mim pedindo pra contar tudo o que aconteceu, disse tudo ao policial até a placa do ônibus, com toda sua eficiência o policial iniciou uma busca para averiguar o que realmente tinha acontecido com todas as informações passada ao policial o motorista disse ao seu superior que tinha acontecido um assalto no ônibus. O policial pediu para irmos ir para casa descansar que ele entraria em contato para maiores informações.

Chegando à casa de Fofão liguei imediatamente para minha mãe contando o que aconteceu, logo após desligar o telefone, recebemos uma ligação que Mulambo tinha que ser transferido para outro hospital mais longe, pois no hospital que ele estava faltou luz devido à chuva forte que acontecia naquele dia, com tudo isso todos começou a ficar mais angustiados, uns rezando e outros calados a espera de uma noticia maravilhosa.

No dia seguinte recebemos a ligação da mãe do Mulambo dizendo que a cirurgia foi um sucesso, no final das contas foi Deus que não o deixou partir. E por fim o motorista foi preso por porte ilegal de arma, tentativa de assassinato, Mulambo não teve ajuda da empresa o qual o motorista prestava serviço e atualmente ele esta brigando na justiça pela indenização que por lei a empresa deveria prestar todo auxilio a ele e a família principalmente no quando ele deu entrada no hospital.

Kelber Corte

22/02/2013

Kelber Corte
Enviado por Kelber Corte em 22/02/2013
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