O que Bush quer do Brasil?

Aquecimento global. Etanol. Bush. O que essas palavras têm em comum? Em um planeta que não sofre aumento da temperatura devido à ação do homem, nada! Mas e se isso for mais que um processo cíclico de aquecimento como mostra os relatórios recentes divulgados pelo IPCC? Então, o guardião do mundo tem que entrar em ação. E ele tem nome e bandeira: George "War" Bush. O presidente da maior potencia armamentista do planeta. O salvador que nos livrou de um maluco que possuía armas químicas de destruição em massa e tinha planos maléficos de dominação global, "Sattan" Hussein; não é mesmo Tio Sam?!

É obvio que Bush está "preocupado" com o aquecimento global (tendo em vista que não assinou o Tratado de Kyoto). E por isso veio buscar o etanol brasileiro como forma de amenizar a intensa emissão de gás carbônico por parte dos EUA. Não! Ele não veio ao Brasil porque esta sem aliados políticos no Congresso americano, ou porque é alvo de criticas da opinião publica internacional, ou teme que Chavez consiga gerar uma Revolução na América. Ele veio ao Brasil porque se importa com o mundo e quer dar "uma força" a nós brasileiros. Quer nos ajudar a vender o etanol. Afinal, produzimos menos de um bilhão de litros que os EUA. E por isso, nosso "hermano" Bush veio com a missão de nos ajudar a deixar de ser um país "atrasado" na produção de fontes alternativas de energia, mesmo que o nosso etanol seja mais barato e eficiente do que o americano (praticamente 100% do gás carbônico emitido pela queima do combustível verde pode ser absorvido pelas plantações de cana-de-açúcar; o mesmo não ocorre com o milho, o trigo ou a beterraba, outras fontes de produção de etanol).

É bem verdade que o território frio e temperado norte-americano não é favorável ao plantio da cana, mandioca e outros produtos tropicais que se mostram melhores na produção de etanol do que o milho. O álcool do milho demora mais tempo para ser produzido e a produtividade é pequena se comparado aos sete a oito mil litros produzidos por hectare de cana plantada. Mas é impensável que esse seria um motivo para os americanos e seu presidente ianque quererem o nosso território. É só olhar a guerra do Iraque e ver que os americanos não invadem e tomam território em busca de riquezas, a exemplo do petróleo; eles lutam a favor do povo e em prol das nações subdesenvolvidas! O que Bush realmente quer é criar aqui milhões de novos postos de trabalho que não sejam semi-escravos, como o trabalho dos bóias-frias e favorecer a agricultura familiar e a pequena propriedade. E não o latifúndio produtor para exportação e ricos proprietários nativos que são a favor da sua política imperialista americana.

Por trás dos desejos altruístas do guardião mundial está o velho sentimento imperialista de tirar da "colônia" e não lhe dar nada em troca. A vinda de Bush, então, tem dois objetivos claros. Primeiro é garantir o controle da comercialização do etanol brasileiro através de contratos desiguais, não reduzindo as tarifas que incidem sobre o produto brasileiro exportado. Depois é transformar o Brasil em seu maior aliado contra Chavez e tentar dividir a América Latina politicamente seguindo a Doutrina do dividir para conquistar. Precisamos, portanto, abrir os olhos e não acreditar que acordos feitos com os EUA irão mudar nossas vidas para a melhor!

Bruno Pondé
Enviado por Bruno Pondé em 06/04/2007
Reeditado em 09/04/2007
Código do texto: T439578