Desculpem-me, foi mal

São muitos os papéis que desenvolvemos ao longo dos nossos dias, dependendo do momento e do lugar em que atuamos.

Sim, atuamos. A nossa vida nos exige de sejamos atores de múltiplos papéis, conforme as circunstâncias vão-se desenvolvendo.

Papel de marido/mulher, papel de filho(a), papel de pai/mãe, papel de aluno(a), papel de esportista, papel de chefe, papel de patrão, papel de subordinado, papel de poupador, papel de gastador, papel de pessoa séria, papel de pessoa brincalhona etc. São tantos os papéis que desempenhamos na dinâmica da vida, que se torna impossível descrevê-los todos.

É óbvio que temos mais facilidades para uns do que para outros papéis, mas temos que exercê-los, bem ou mal, sempre que nos é demandado.

Não há como definir de antemão se esse ou aquele papel é mais ou menos adequado, pois depende do momento.

Desde que desempenhado conforme a ocasião ou necessidade, na medida do necessário, aumenta a chance de sucesso.

O problema é quando insistimos em “forçar a barra”, extrapolar os limites do razoável. Aí incorremos no risco de sermos inconvenientes, extravagantes e como tal não tolerados.

Deliberadamente muitas vezes assumimos essa indesejável postura, quer seja por mero deleite, por vontade de “aparecer”, por infantilidade, ou por outra “razão” qualquer. Mas assumimos os riscos e os ônus dessas atitudes, embora nem sempre tenhamos a clara noção dos nossos erros e das consequências.

Quem assim age de certa forma está sendo desrespeitoso para com os demais, colocando-se acima de tudo e de todos e, consequentemente, afastando de si as melhores companhias.

Contudo cabe àqueles mais próximos e bem intencionados, alertarem a essa pessoa sobre o quão desagradável e fora de propósito ela está sendo. E assim cabe ao desajustado mudar de postura ou não, segundo seus valores e convicções.

Foi isso que se deu comigo. Estava sendo tão inconveniente, agindo com tanta naturalidade e com desvio de conduta tal que passei a incomodar as pessoas que comigo convivem.

Acreditava, erroneamente, que por estar entre familiares eu podia assumir condutas reprováveis, no que concerne à etiqueta e aos bons costumes.

Precisou que alguém, com hombridade e coragem suficiente, passasse pelo constrangimento de me chamar a atenção por condutas inapropriadas de minha parte.

Apesar da desconcertante constatação, resta-me agradecer, corrigir o rumo, agir com mais civilidade e continuar merecedor de estar no meio daqueles que me consideram.

Rafael Arcângelo
Enviado por Rafael Arcângelo em 16/09/2014
Reeditado em 30/09/2014
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