Prá ser livre valem os riscos

GESTÃO DE RISCOS

(*Pedro Pereira Fernandes Neto)

Sempre fui aficionado por música. Estudei, leio constantemente, procuro entender as letras, pesquiso sobre novidades, incessantemente tento relacionar arte com a prática corporativa, faço tudo que um bom entendedor (ou quase) procura fazer. Da música brasileira, todos os ritmos sempre foram bem-vindos. Dessa forma, posso dizer que considerar esse ou aquele tipo de música, é questão de ponto de vista. E tem que ser repensado.

Pesquisando, descobri no trabalho do João Donato, CD Donatural, a faixa “Gaiolas Abertas”. E é sobre essa faixa que pretendo fazer observações sobre a gestão de riscos, muito comum nas empresas modernas, muito comum em “nós, seres humanos” assustados e angustiados que somos frente ao NOVO.

Falar em riscos é remeter a Bob Marley, que já observava que “é melhor atirar-se à luta em busca de dias melhores, mesmo correndo o risco de perder tudo, do que permanecer estático, como os pobres de espírito, que não lutam, mas também não vencem, que não conhecem a dor da derrota, nem a glória de ressurgir dos escombros. Esses pobres de espírito, ao final de sua jornada na Terra não agradecem a Deus por terem vivido, mas desculpam-se perante Ele, por terem apenas passado pela vida”.

Voltando a Gaiolas abertas, João Donato sugere ao passarinho que voe, que vá embora, que saia daquele marasmo. Afinal as gaiolas já estão abertas e nada o prendem mais! Pede que vá para longe. E que para ser livre, valem os riscos.

Comparar a observação do poeta com a realidade é o outro ponto de vista que comento nesse texto, como sendo o ponto de pesquisa. Afinal, sempre criei papagaios, periquitos, calopsitas. Esses animais da família dos psitacídeos, maravilhosos, amigos, famosos pelo bico curvo, mas principalmente pela emissão de barulho, corroboram (em gênero, número e grau) com a tese do professor João. Por mais que eu tenha criado boa parte deles “soltos”, poucos foram aqueles que se arriscaram e “sumiram”.

Bem verdade, que cortava parte das asas para não fugirem, pelo fato de que não saberiam sobreviver “longe de casa”. Tínhamos a certeza de que deixar que fossem, seria o mesmo que entregá-los aos seus predadores de “mão beijada”.

Não sou especialista, nenhum conhecimento tenho sobre animais dessa “turma” e nem posso concluir, mas animais, mesmo soltos, muitas vezes não se arriscam. Parece que pensam que é muito mais cômodo estarem com ração e água garantida, do que procurarem fora.

Muitas vezes somos esses passarinhos.

Somos o passarinho da canção, no seu sentido figurado. Abriram-se as portas, não tem por que estarmos presos, mas a comodidade, a zona de conforto, faz com que não tenhamos a coragem necessária para arriscar, pelo medo do novo.

Esse é outro ponto que observo. Para mim, que sempre foi conservador, alguém que sempre teve medo do novo, falar em riscos numa época dessas é algo de certa forma antagônica. Mas eu estou seguro de que para ser livre, valem os riscos, sim!

.

*Pedro Pereira Fernandes Neto, (e-mail: pdr.pereira@gmail.com), formação na área de exatas (Engenharia Civil e Matemática, com especialização em Gestão Empresarial e logística), é um iniciante na arte de escrever sobre gestão de pessoas.

PPereira
Enviado por PPereira em 18/10/2014
Código do texto: T5004061
Classificação de conteúdo: seguro