Reviravolta

Seis meses. Levou apenas seis meses para minha vida inteira ser completamente revirada diversas vezes que perdi a conta, seis meses.

A Reviravolta

O ano começou como qualquer ano letivo começa: empolgante por conhecer novas pessoas, dedicação aos estudos, pensamentos voltados ao vestibular, novas experiências.. tudo aquilo que agradaria o mundo aos olhos daqueles que todos denominam como “introvertidos, anti-sociais”. Era assim que eu olhava a vida no começo, como se tudo se resumisse aos estudos, leitura de livros fictícios, mais estudos, sair com as amigas, arrumar emprego e mais estudos, viver para os estudos era o meu objetivo, para minha vida cronometrada no futuro acontecer conforme eu planejava. Fazia tudo o que podia para fazer meus pais gratificados por eu ser boa nas coisas que eu fazia, tentar faze-los se orgulharem de mim, era uma meta incontestável em meu cronograma de vida.

Os meses foram passando, amizades inesperadas foram surgindo, e uma visão inesperada do mundo também. Me meti em lugares que nunca me imaginei estar, conheci pessoas que nunca pensei que chegaria a trocar mais do que duas palavras, novas culturas foram surgindo em frente aos meus olhos.

Me aventurei no desconhecido, conheci o esquecido e vivi o inesperado.

Apenas uma frase definindo tudo aquilo que jamais poderá ser descrito precisamente com palavras, apenas uma curta frase expressando aquilo que a muitos acontecem e poucos dizem em voz alta.

Depois de conhecer novas raízes, meu subconsciente mudou seu “modus operandi”, como num flash de luz, tudo aquilo pelo o que eu queria a anos, foi-se esquecido e substituído pelos desejos de jovens rebeldes, cujo prazer extremo se localizava na gandaia. Sem nem mesmo notar, me desvirtuei de meu caminho e segui o caminho da multidão, seguindo apenas para o caminho lúdico.

Em questão de 3 meses, minha vida já estava longe de ser a vida que antes eu levava, antigamente durante os dias de folga da escola e curso, eu estaria sentada em algum canto fresco da casa apreciando uma favorável leitura, ou adiantando as tarefas escolares para depois ter tempo livre o resto da semana. Mas esse ano não foi bem assim, pelo o contrario, toda vez que havia um tempo livre ou até quando não havia, eu tentava achar um tempo parar eu cair na “folia”, por assim dizer, com meus novos amigos, cada vez mais eu relaxava na escola e não me importava, como esses novos amigos meus costumam dizer: curta o momento e deixe o depois para o depois.

Durante longos seis meses, dediquei a minha vida à curtição, aonde no meio desse mundo, drogas e bebidas rolavam soltas. E durante seis meses, eu pensei que eu pertencia a essa vida de álcool e drogas, até que finalmente a realidade veio à tona, e me toquei que tudo aquilo estava errado, que eu precisava me recuperar. Que eu havia perdido tudo aquilo que me fazia ser quem eu era. Havia me afastado de todos que me amavam e queriam meu bem, apenas para ter as curtições momentâneas. Então, e um dia finalmente me senti ludibriada por essa falsa felicidade de se viver apenas para a farra.

Após 15 dias de meu retorno a lucidez, me dediquei a retomar o rumo que havia perdido da minha vida, tanto escola, como pessoal. Apesar de meus poucos anos de vida, eu precisava criar minha mentalidade madura e sair dessa situação de maneira firme e definitiva. Decidi então revelar aos meus pais sobre os acontecidos que eles não sabiam na minha vida. Foi extremamente dolorido, ver que tudo o que eu lutava para não acontecer, aconteceu. A decepção nos olhos deles era visível, assim como a surpresa. Vê-los de tal forma, foi mais dolorido do que qualquer coisa que possa me vir na cabeça, ao meus conhecimentos de dor, é claro.

Os dias seguiram quase que normalmente, até o chegado dia de minha reunião no colégio, assim que minha mãe adentrou nossa casa, soube que o tempo que perdi me preocupando com ser da vida de festas, foi o tempo que faltou em meus estudos, minhas notas então que nunca haviam sido nada menos que maior que a média, havia decaído e muito.. havia 1 mês e 15 dias para recuperar minhas notas e conseguir não jogar fora totalmente o ano por um erro cometido.

Hoje, estou lutando contra as conseqüências de cada suspiro que dou, mas a vida é assim certo?

Você provavelmente está se perguntando do por quê eu dividir isso com completos estranhos, não é mesmo? Bom, apenas fiz isto, mas lhe mostrar que existe sim um final feliz, mas nunca o conseguiremos sem ter que enfrentar não apenas desastres da vida, mas também a nós mesmos, o que as vezes pode ser o mais difícil...

“Não chore nas despedidas, pois elas constituem formalidades obrigatórias para que se possa viver uma das mais singulares emoções da vida: O reencontro.” Richard Bach

Nota Autora: Obrigada por ter lido, espero tenham gostado.. foi uma “historia” um pouco difícil de modificar para ficar agradável e interessante para se ler, por se basear em uma história real, então por esse motivo, não nomeei nenhum personagem e fui tão vaga nos relatos.. Obrigada novamente por ler.