Eugenia como forma de controle populacional.

O termo Eugenia foi criado por Francis Galton em 1883 para designar técnicas de melhoramento genético de uma determinada espécie através da seleção artificial. Bastante questionada quanto aos problemas éticos, tal técnica já era prescrita por Platão no século IV a.C; praticada pela sociedade Espartana com fins militares; e, em sua forma mais extrema, fez parte da política eugênica da Alemanha Nazista no século XX, o que culminou no holocausto Judeu.

O filósofo Platão prescreve, em sua obra “A República”, a eugenia como forma de fortalecimento da raça humana em uma dada sociedade. “ Os melhores homens devem unir-se, tão frequentemente quanto possível, às melhores mulheres; os defeituosos, com as defeituosas, o mais raro possível. Os filhos dos primeiros devem ser criados, os dos segundo, não, para o rebanho conservar-se da mais alta qualidade”(Rep 459). Os espartanos, por sua vez, praticaram o infanticídio de recém nascidos que, julgados pelo Estado fora dos padrões da cidade, seja física ou mentalmente, eram mortos, arremessados ou abandonados no monte Targetu. Direcionando, dessa forma, as melhores crianças- leia-se saudáveis- para um rigoroso treinamento militar.

No governo Nazista, Adolf Hitler, a fim de fortalecer o que ele chamava de raça ariana, levou ao extremo as políticas eugênicas. Na segunda Guerra Mundial, datada de 1939-1945, no episódio conhecido como Holocausto, ele prendeu, torturou e exterminou milhares de homossexuais, doentes mentais, eslavos, grupos religiosos e, sobretudo, Judeus. Após esse episódio, as discussões a cerca da tal prática se acirraram. De um lado, os defensores da criação de uma raça pura; de outro os defensores de que é impossível mudar a natureza humana e que, tal prática, só aumentaria a discriminação na sociedade.

Pode-se perceber, portanto, que o ser humano, desde a idade antiga, sempre idealizou um modelo de sociedade, onde todos seriam fortes, inteligentes, saudáveis e, por fim, “perfeitos”. Colocada em prática, no entanto, a eugenia se mostrou cruel, não respeitando o direito de todo ser humano, a saber: a vida e a liberdade. Não devemos, portanto, esquecer as barbáries praticadas no passado, a fim de não voltar a cometê-las no futuro.

Elizeu Júnior
Enviado por Elizeu Júnior em 18/11/2014
Reeditado em 18/11/2014
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