Os pais e filhos do novo milênio

Que a sociedade atual merece um prêmio por ser boa com estudos e ruim com sentimentos, é evidente. Somos muito mais inteligentes e informatizados que nossos ancestrais, mas sentimentalmente, somos totais ignorantes. Percebe-se na rua e nos lares que o amor é algo raro; em processo de extinção. Quanto mais pessoas aparecem por aqui, mais o amor segue a brisa e cai no mar, pega uma corrente e se despedaça, descontente.

Com essa convicção, tendemos a pensar que isso está presente apenas nos jovens de hoje. Mas enganados estamos. A ignorância sentimental sempre esteve presente por aqui. A diferença é que ela entrou em evidência no novo milênio e está se manifestando nas pessoas de hoje. É glorioso ver pessoas felizes na rua, conversando, sorrindo e namorando. Mas é de se quebrar o coração ver que elas sentem-se felizes assim por poucas horas na semana.

É horrível ver como os pais — basicamente, guardiões — privam seus filhos de amar. Por algum medo ou fobia, raiva ou ira, os antes guardiões se tornam inimigos. Seguindo a lógica do reino animal, se você enjaula um animal, ele tende a se tornar agressivo, solitário. Isso se aplica a nós, também — afinal, não deixamos de ser animais. Privar o amor é enjaular uma pessoa da pior forma possível.

Todos já passamos por situações em que pais de filhos viciados em droga negam a ciência da origem do vício. Pois então, saiba que a origem estava embaixo de seus narizes, o tempo todo. Os pais, como guardiões, nos dias de hoje, devem ser os melhores amigos de seus filhos. Devem ter total confiança dos mesmos. Tudo isso é resolvido em uma boa e velha conversa de pais para filho. O novo milênio, porém, acabou excluindo essa tarefa de muitas famílias.

Por fim, percebe-se que a origem de muitos problemas está na falta de relacionamento entre filhos e pais. Não coloque seu filho numa prisão, achando que está certo. Mas também não o coloque livre, num mundo sem fim. Ambas são atitudes perigosas. Concilie as coisas perante a mente de seu descendente. Lembre-se que a juventude é uma fase importantíssima, e assaz complicada, pois é uma fase de metamorfose. Você é quem decide se seu filho irá se transformar numa extraordinária borboleta, ou se ele irá sucumbir nas trevas de seu próprio casulo.

Caio Varalta
Enviado por Caio Varalta em 28/01/2015
Código do texto: T5116960
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