DA INDELICADEZA DOS ELOGIOS
É sabido que contra insultos e xingamentos todos temos algo para rebater, algo a discordar. Nem que seja um remendo, uma observação. E mesmo que o ofensor tenha razão, a intenção de ofender já serve como uma justificativa para se defender e embargar (desculpe pelo termo jurídico, é o costume) a ofensa.
Os elogios, por sua vez, já são muito mais complicados. No insulto, há a chance de se defender e há do que se defender. No elogio não. O elogio te amacia, te seduz, te desarma.
A indelicadeza do elogio é sutil, porém feroz. Na brutalidade do insulto há um quê de inocência e na sutileza do elogio há um quê de malícia.
Há mais poder de persuasão em um elogio do que em uma agressão.