Cinema: a menina dos olhos de ouro. (Que me perdoem todas as formas de arte)!

Entre todas as formas literárias existentes, aquela que chama mais atenção é o cinema. Com imagens e sons se atinge um número impensável de pessoas que muitas vezes não têm acesso a textos escritos e não compreendem de fato uma letra musical. Assim, assistir a um bom filme é sem dúvida a forma mais fácil e divertida de se informar. Entretanto, não tão divertida como no passado em que as pessoas se respeitavam. Logo voltemos aos velhos tempos ou a beleza do cinema estará perdida, e só sobrarão os DVDs - piratas em sua maioria - para o lazer do público.

O cinema de fato ajuda ao grande público a entender assuntos que muitas vezes ele não tem acesso devido à falta de informação ou a inaptabilidade de entendê-las. Isso porque não dominam a escrita ou não desenvolveram a capacidade de interpretar os significantes corretamente. Os filmes, portanto, são de grande valia para a sociedade. Pois através das imagens conseguem retratar a realidade de maneira mais acessível e compreensível a todos.

Justamente por tornar mais compreensível as informações é que o principal papel dos filmes é informar. (É só relembra o passado e as sessões em que se passavam notícias do que acontecia no mundo para constatar a importância informacional dos filmes). Mas o cinema hoje, também, tem a importância de alegrar a vida das pessoas. Aqueles que se sentem solitários têm o cinema como forma de companhia. Aqueles que estão tristes têm o cinema como estímulo a vida. E por aí vai. Entretanto se o cinema já alegrou tanta gente e, ainda, o faz, também, não podemos negar que muitos saem das salas irritados com a falta de educação de outros – jovens em sua maioria, porém não esquecendo de alguns mais velhos – que não respeitam o espaço do próximo e insistem em atender ao celular, a comer pipoca – que para muitos é a única forma gostosa de assistir a um filme, e a chutar a cadeira da frente. Entretanto, não se deve esquecer que nem todos têm acesso a esse tipo de arte e que ao reclamarmos – e com razão – dessa falta de respeito para com o outro, reclamamos de barriga cheia, pois existem muitos que queriam poder ter acesso a esses recursos do qual temos.

É fato, portanto, que ir ao cinema é um programa da elite econômica. O povão – em sua maioria - não tem dinheiro para desfrutar desse tipo de lazer. Ao se afirmar, portanto, que devemos voltar aos velhos tempos, quem voltará realmente é o público abastado. Isso porque o pobre só terá acesso aos filmes por meio de DVDs piratas que sem dúvida tem a importância de garantir acesso igualmente a todos. Não que essa prática seja certa – nem muito menos errada – ela é apenas a realidade. O indivíduo que mal tem como pagar as suas contas e sobreviver, tem a pirataria como forma de acesso aquilo que ele certamente não teria caso tivesse que pagar o preço cobrado pelas gravadoras. Logo não é de todo mal sobrar somente DVDs para assistir, mas sem dúvida é uma grande perda para os cinéfilos, que vêem nas idas ao cinema, também, momentos de interagir com outras pessoas e quem sabe fazer novas amizades.

A arte por meio de imagens que revolucionou sem dúvida o século XIX, ainda encanta a muitos e faz verdadeiros fanáticos. O acesso, porém, desse tipo de arte – não somente desse tipo, mas de todos – infelizmente, sempre foi limitado. Entretanto, para aqueles que sempre tiveram acesso, os dias atuais são de verdadeira agonia. Isso porque são obrigados a desfrutar de filmes com pessoas inconvenientes e egoístas que não respeitam o momento de êxtase desses indivíduos. Logo é preciso se voltar aos tempos, em que havia um pouco de paz para desfrutar de toda a beleza da arte cinematográfica e poder gozar plenamente a ponto de se atingir o nirvana. Lutemos, então, por isso!

Bruno Pondé
Enviado por Bruno Pondé em 15/06/2007
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