27 de maio: Morre a liberdade.

Um dos pilares da democracia é o direito de expressão. A mídia, portanto, tem papel fundamental na sociedade. Isso porque tem o livre poder para criticar o governo, garantindo a esta comunidade informações de maneira imparcial – pelo menos teoricamente. Logo, impedir que uma rede televisiva exerça suas atividades é uma atitude antidemocrática digna de um regime ditatorial.

Todos sabem que muitas vezes a mídia é usada para o benefício de alguns grupos. Pode-se derrubar governos como ocorreu com Collor ou garantir uma ditadura, a exemplo do Brasil, desde que atenda aos interesses dos “Marajás”. Entretanto, a falta de ética de alguns meios de comunicação não é justificativa plausível para se desrespeitar o direito de expressão. O que ocorre, hoje, na Venezuela é isso. Acabou-se com a oposição ao governo e se criou em seu lugar um veículo de manipulação Chavista – a rede de TV Estatal Venezuelana.

Não se deve defender a RCTV. Deve-se defender o direito a livre expressão. O direito a oposição. O governo pode até ter uma rede estatal, desde que atenda ao Estado e não sirva de meio de manipulação das massas, dando espaço para críticas a si mesmo. Mas isso nunca irá acontecer. Por isso, pode-se até não renovar a concessão da RCTV por motivos diversos – entre eles a parcialidade, também, presente em grandes emissoras brasileiras e revistas de grande circulação. Porém se deve dar o direito a outra rede televisiva – não estatal – que tenha liberdade para exercer suas críticas e, também, aplaudir quando necessário as ações governamentais.

É óbvio que as emissoras de TV, principalmente, da América Latina estão apreensivas com a atitude Venezuelana – e se essa moda pegar? -. Isso porque muitas (algumas brasileiras de alcance internacional) se mostram tendenciosas e claramente contrárias aos governos eleitos. Todavia isso não tira o mérito das críticas, por parte das redes televisivas, à atitude de Chavez.

É claro que o jornalismo mau-caráter é condenável. Contudo atitudes ditatórias que silenciam a oposição não devem ser aplaudidas e sim repugnadas. Não podemos, permitir, portanto, que, somente para garantir a manipulação por parte da máquina estatal, se acabe com o direito de voz da mídia com medidas que ferem um dos fundamentos da democracia – o direito de se expressar sem nenhuma forma de censura.