Todo tipo de sociedade, para sobreviver, precisa regular as reações dos indivíduos e exigir que eles cumpram suas leis. Por outro lado, indivíduos muito omissivos são pouco criativos e contribuem pouco para o progresso da sociedade.

As sociedades - mesmo as mais primitivas - para chegarem ao patamar a que hoje estamos dependiam (a ainda hoje dependem) de maneira imprescindível de formas adequadas de organização a cada uma delas. A causa principal da divisão de nosso mundo está na confusão, está no caos dos valores e conceitos morais.

Podemos dizer que a existência de Deus e os Dez Mandamentos eram a expressão fundamental da lei para a humanidade ou antes disso quando se criou a idéia do “olho por olho, dente por dente”, também conhecida como “Lei de Talião” ou “Código de Hamurabi” – o primeiro código de leis da história da humanidade.

Nos dias atuais vemos reflexos de um mundo em que os instintos animais estão aflorados e a lei que rege a humanidade é a “lei do mais forte”. Muitos crêem ainda que o certo seja aquilo que é útil a si próprio ou ao seu grupo. As realidades culturais, religiosas, étnicas e políticas de cada região são muito diversas e isso, muitas vezes, as conduzem a confrontos de idéias, costumes ou pontos de vista. Tem sido muito recorrente falar-se de ética e todos têm uma impressão geral sobre o que ela seja. As pessoas sabem que o certo e o errado estão associados à ética, bem como as regras e padrões de conduta. Portanto, viver em sociedade é inerente à condição humana, atributo das várias sociedades que visam assegurar a sobrevivência e, portanto, a continuidade da própria espécie.

Para que tenhamos sociedades organizadas de fato, é importante criar leis, códigos que regulem as reações, os costumes dos que nelas vivem. Para que cada indivíduo obtenha um padrão de convivência e que esta seja pacífica com os demais membros. É preciso que a ciência destas leis chegue ao conhecimento de todos para que se possa assegurar um traçado de uniformidade comportamental. Na sociedade moderna, lamentavelmente, o sucesso econômico passou a ser a medida de todas as coisas. Apenas a riqueza e a beleza contam e separam os vencedores dos excluídos. O caráter não é conversível em moeda. Assim, o que é uma boa conduta e que condições devem cumprir as instituições humanas para moralizar o indivíduo são questões que não têm despertado interesse ou conquistado espaço num mundo em que a maioria das pessoas é materialista e individualista e, por isso, pouco responsável e solidária. No entanto, vale ressaltar que seguir esta linha de conduta (as leis) não implica mergulhar em letargia social, mas ela deve ser vista como algo que deve acompanhar o progresso necessário que a vida em sociedade organizada permite. A dormência social, para o bom cumprimento de leis criadas, às vezes, nos faz esquecer que o processo evolutivo é constante. Jamais chegaremos ao estágio ideal, haverá sempre como evoluir para alcançarmos o patamar de uma sociedade por excelência.

LUCIANO SILVA
Enviado por LUCIANO SILVA em 15/06/2007
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