Efêmero

"É impossível saber o tempo de uma vida, talvez seja por isso que nos trancamos em casa com medo de sair, medo de que, por algum descuido, a possibilidade do envelhecimento se desfaça nas intempéries da vida.

Continuamos, vivemos na esperança de encontrar novamente pessoas que tanto gostamos ou que, vimos uma única vez, mas que representaram muito em nossa existência.

Esquecemos; encontramos outras. As antigas paixões nunca morrem uns dizem; mas afinal de contas, você já teve uma? Não? E se teve, ela soube que você existe?

Calamos, e nossa voz que antes gritava fortemente em nosso peito, cessa-se de repente. Tudo acabou.

E então você se pergunta indignado:

_Mas afinal, os amores não são eternos?

Prontamente alguém te sussurra ao pé do ouvido:

'_ Os amores sim, as paixões não. '

Triste fim para algo tão bonito, não acha?

Talvez a alegria do fim esteja na certeza de que tudo tem seu tempo, e que até os momentos mais belos, às vezes duram segundos."

Juscelino Soares
Enviado por Juscelino Soares em 27/10/2015
Código do texto: T5428659
Classificação de conteúdo: seguro