Momentos de tensão
Às oito horas, uma enorme fila se formava em torno do banco. Ambrósio ocupava o útimo lugar da fila; com uma roupa toda machucada, os cabelos arrepiados e com os olhos arremelados. Embora tímido, encontrava-se inquieto olhando para um lado, para o outro, quando se aproxima uma elegantíssima senhora. Ao ver Ambrósio, desconfiada:
- Você é o útimo da fila?
Fez que sim com a cabeça, tomado de espanto, pois aquela senhora parecia ser da mais fina sociedade, muito bem trajada com gargantilha que parecia ser de ouro puro, assim também como o seu cordão. Enquanto que Ambrósio era de origem humilde, de cor parda, baixo e que talvez nunca tivesse visto tantas jóias em frente. Estava ali a pedido de uma vizinha, que trabalhava o dia todo e, portanto não lhe sobrava tempo para ir ao banco.
- A senhora está acompanhada? – Perguntou Ambrósio.
- Não... E tomada de pavor a senhora respondeu: “estou com o meu motorista.”
Ambrósio se abanava com o boleto, porém os seus olhos permaneciam vidrados, principalmente no cordão da senhora.
-Ah! O seu motorista está lhe aguardando no estacionamento ao lado do banco do banco, não é? – Interrogou-a novamente Ambrósio.
- Sim, está!?
Não se passava outra coisa no pensamento daquela senhora. “Preciso sair daqui. Mas como? Ele pode me seguir... Seja o que Deus quiser.”
Trêmula e completamente tomada de palidez, a senhora se encaminha em direção ao motorista, e em passos cada vez mais ligeiros.
- Ambrósio sai da fila e a segue. A senhora ao olhar para trás percebe que está sendo seguida. Ambrósio acena - lhe com as mãos pedindo que o espere. A senhora finge não ver. Logo em seguida soa uma voz bem próximo dela: “Hei senhora espere ai.”
- Não... Por favor, rapaz. Não faça nada comigo eu vos dou tudo o que você quiser, mas não me machuque.
- Acalme-se! Quero apenas dizer que a senhora tem prioridade e não precisa enfrentar toda aquela fila, até por que é perigoso pela forma como à senhora está vestida.
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